Aterro sanitário no Rio ganha estação de tratamento de efluentes líquidos

06/05/2009 - 1h59

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Destino final de maisde 80% do lixo produzido na região metropolitana do Rio deJaneiro, o Aterro do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na BaixadaFluminense, ganhou novas instalações na Estaçãode Tratamento de Efluentes Líquidos – ou chorume, o líquidopreto que escorre do lixo. Essa é a primeira fase do sistemade tratamento que envolve duas etapas e tem previsão paraterminar em 60 dias.O assessor da diretoriatécnica e industrial da Comlurb, José Henrique Penido,explicou que as novas instalações vão contribuir para amelhoria e qualidade ambiental do Jardim Gramacho.“O chorume tem umacarga de matéria orgânica que contamina os recursoshídricos, o lençol freático e estava prestes acontaminar a Baía de Guanabara, já que o Aterro doGramacho fica às suas margens”, explicou. “Com a novaestação, o aterro vai absorver 1.920 metros cúbicosde chorume por dia, quase seis vezes mais do que absorve hoje, e seráuma das maiores unidades de tratamento do mundo desse tipo deresíduo”.A iniciativa faz partedo processo de recuperação e manutençãodo Aterro do Jardim Gramaxo, iniciado em 1997. A Comlurb chegou aafirmar que o local que recebe mais de 8 mil toneladas de lixo pordia estava condenado.De acordo com Penido,novos estudos geotécnicos mostraram que o local agora teráuma sobrevida de mais quatro anos, mas que seu fechamento éinevitável. A prefeitura do Rio criou um grupo de trabalhopara estudar alternativas para o futuro tratamento do lixo.O presidente daAssociação dos Catadores do Jardim Gramacho, SebastiãoSantos, disse que os mais de 1.200 catadores que trabalham no aterroestão preocupados com o possível fechamento do local. “A medida é muito boa para a comunidade e para omeio ambiente, mas espero que não se esqueçam doscatadores, que precisam de incentivo e apoio para continuar exercendoseu trabalho”.Para ele, éfundamental que as autoridades criem uma política de inclusãosocial para a categoria. Os catadores, assinalou Santos, ainda nãotêm seu papel social reconhecido, embora desempenhem umtrabalho importante para a sociedade por ajudar na reciclagem deresíduos e desafogar os aterros sanitários, reduzindoassim gastos do poder público. Segundo Penido, osnovos aterros sanitários não poderão ter apresença de catadores por questões de segurançapara a saúde humana e ambientais. No entanto o edital deconcessão da Comlurb exige que a empresa que ganhou alicitação para administrar o aterro pague R$ 1,2 milhãopor ano durante 14 anos para um Fundo de Participaçãodos Catadores. “Esse fundo será administrado pelos próprioscatadores, que poderão usar o dinheiro para gerar emprego erenda ou até mesmo cursos para que se capacitem paraoutras profissões.”