MPF e MEC determinam transferência de 60 mil alunos de curso de graduação a distância

30/04/2009 - 21h30

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Por determinaçãodo Ministério Pública Federal do Tocantins e doMinistério da Educação (MEC), 60 mil alunos daFundação Universidade de Tocantins (Unitins) terãoque ser transferidos para outras instituições. Auniversidade, que é estadual, oferece cursos de graduação a distância e cobrava mensalidade de seusalunos, o que é vedado às instituiçõespúblicas.Segundo termo de ajuste de condutaassinado ontem pela Unitins, o MEC e o MPF, os alunos devem ser transferidos até o fim de julho. Segundo o secretáriode Educação a Distância do MEC, Carlos EduardoBielschowsky, a intenção é transferir a maiorparte dos estudantes. A partir de 1° de junho, a Unitinsdeve apresentar aos estudantes uma lista com as opçõesde instituições para transferência. Ela tambémestá proibida de matricular novos alunos com cobrançade mensalidade. Além da cobrançairregular de mensalidades, o MEC também havia detectado problemas na qualidade dos cursos da Unitins.“Estamosfazendo a supervisão de todas as instituições deeducação a distância. Essa modalidade énova no Brasil, com grande alcance social e como é uma coisanova tem várias correções de ensino a tomar”, explica Bielschowsky. O secretário ressaltaque os alunos da instituição não devem sepreocupar com a interrupção dos estudos. “Os estudantes devemficar tranqüilos porque estamos trabalhandointensamente e vamos encontrar uma solução para que elesconcluam seus cursos. A tendência é que eles farão bonscursos e receberão diplomas que lhes darão uma boaperspectiva profissional.” A Unitinstambém oferecia cursos por meio de uma parceria com umaempresa privada que não tem autorização paraoferecer cursos de graduação a distância.  São oitocursos a distância: administração, letras,ciências contábeis, tecnologia em fundamentos jurídicos,matemática, tecnologia de análise, pedagogia, serviçosocial e desenvolvimento de sistemas. Os serviços chegavam a 1.600 municípios. Segundo o acordo do qualparticipou também a Secretaria de Educação doestado, a Unitins agora deverá oferecer cursos voltados para odesenvolvimento regional.“O futuro dainstituição se desenha como uma instituiçãopública, oferecendo um ensino gratuito e de qualidade noâmbito do estado de Tocantins. Com a transferência dessesalunos ela vai ter tempo de se reorganizar e cumprir com a missãosocial que cabe às universidades públicas”, afirmou osecretário. A reportagem procuroua Unitins, mas não conseguiu contato. Em uma mensagempublicada no site da instituição, a reitora JucyleneBorba informa que os direitos dos alunos serãopreservados, incluindo o reconhecimento dos diplomas jáemitidos. Ela pede que os estudantes continuem freqüentando as aulas até que o semestre seja concluído.