CNA lança programas para melhorar vida dos trabalhadores no campo

30/04/2009 - 20h58

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ConfederaçãoNacional de Agricultura (CNA) lançou hoje (30) uma sériede programas de ajuda ao trabalhador rural. Divididos em trêsfrentes,os programas pretendem mapear os vazios sociais einstitucionais aos quais os trabalhadores estão submetidos,capacita-los e, por fim, colaborar com os proprietários ruraispara que se adeqüem às leis trabalhistas.“O mapeamento dessesvazios está no âmbito do programa Observatóriodas Desproteções Socais no Campo, uma mediçãode dados que fizemos para identificar a situação em quenossos trabalhadores se encontram”, informou o assessor dapresidência da CNA, Marcelo Garcia.Por meio doObservatório, a CNA constatou que em 56,3% dos domicíliosou propriedades dos trabalhadores rurais não existembanheiros e nem sanitários e que 39% deles não têmposto de saúde nas proximidades. Ainda, segundo o estudo,86,6% do lixo acabam sendo queimado ou enterrado, enquanto apenas 1,6% é coletado.A questão doanalfabetismo também foi enfocada pelo trabalho. Segundo oObservatório, 31,6% dos trabalhadores não sabem ler eescrever. A pesquisa informa ainda que 87,9% dos filhos freqüentamescolas e 7,2% das crianças trabalham.“Numa outra frente,chamada Plano Setorial de Qualificação Profissional,pretendemos capacitar 100 mil trabalhadores rurais. Jáconversamos com o ministro Carlos Lupi [do Trabalho] e ficouacertado que, ainda em maio, entregaremos uma proposta para usarmosrecursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para investir emcapacitação e em infra-estrutura rural”, disseGarcia.Com a proposta em mãos,o ministro convocará a Câmara de Consertação(grupo formado por representantes do governo, do setor produtivo,empresários e trabalhadores) para ajusta-la e lança-lapor meio de edital público.A terceira frente a serdesenvolvida pela CNA é o programa Mãos que Trabalham.“Ele foi criado para corrigir as falhas nas relaçõesentre patrões e empregados no campo, principalmente no que dizrespeito à legislação trabalhista”. O Paráfoi estado escolhido como piloto para o Mãos que Trabalhamdevido aos problemas de conflitos agrários. A previsãoé de que ele dure de três e seis meses.A CNA pretendeimplantar o programa também no Paraná, em Mato Grosso,no Maranhão, no Tocantins, Piauí, em Pernambuco e naBahia.