Classificação de risco do Brasil deve ser avaliada para melhor, acredita economista

30/04/2009 - 19h28

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasilia - O Brasil completou hoje (30) um ano como investment grade (grau deinvestimento). Rótulo conferido pela agência de classificação de riscoStandard e Poor”s (S&P) e um mês depois também pela agência Fitch.Condição muito comemorada à época pela equipe econômica do governo, masque agora “ninguém nem lembra mais” como afirma o professor de economiada Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli.Atéporque, segundo ele, essas agências de classificação de risco “ficaramcom a credibilidade bastante comprometida” ao não preverem a situaçãofalimentar de bancos, seguradoras e uma série de grandes empresasnorte-americanas, no ano passado. Pouco depois, portanto, de asagências S&P e Fitch terem elevado o grau do Brasil de BB+ paraBBB-, considerando-o um país seguro para investimentos, graças àmaturidade de suas instituições e à solidez da política econômica.Piscitelliressalta que “sem dúvida, o Brasil tem hoje uma situação bem maissólida”, e diz que “é sempre bom negócio investir aqui”, tanto parabrasileiros quanto para estrangeiros, em razão das taxas de jurospraticadas aqui serem mais altas. Ele lembra, porém, que “na hora doaperto os investidores estrangeiros fogem, dentro dessa liberalidade deentrar e sair do mercado a qualquer momento, sem aviso prévio,independente de recomendação das agências”.Basta lembrar que com a deterioração da crise financeira internacional, a partir da falência do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro de2008, houve forte saída de capitais do país. “Dinheiro que aos poucosestá voltando”, de acordo com o Victor José Hohl, do Conselho Regionalde Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), especialista em mercadofinanceiro.Ele disse que as condições de solidez econômica queelevaram o país a grau de investimento se mantêm, independente da criseiniciada nos Estados Unidos e que depois se alastrou pelo mundo. Deacordo com ele, “o Brasil tem fundamentos econômicos ajustados”, eacredita que tão logo se reduzam as consequências da crise (no finaldeste ano, início do próximo) a classificação de risco do país deve serreavaliada para melhor.