Copom faz terceira reunião do ano sob expectativa de nova redução dos juros

28/04/2009 - 7h22

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje(28) a terceira reunião do ano para avaliar os rumos da taxabásica de juros da economia, a Selic, que remunera ostítulos públicos depositados no Sistema Especial de Liquidação eCustódia.A taxa de juros, que está em 11,25% ao ano desde o dia 11 de março,pode baixar pelo menos mais 1 ponto percentual, para 10,25%, de acordo com projeção do boletim Focus, do Banco Central, que ouve semanalmente analistas e instituições financeiras.Para o presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), Abram Szajman, a queda da Selic é condição essencial para o equilíbrio da dívidapública.Ele diz que, além disso, o Copom deve se preocupar em“alinhar a política monetária com a fiscal para assegurarinvestimentos em meio à crise financeira”. Szajman defende umaredução mais vigorosa da Selic, de modo a chegar ao final do ano em8%.  O boletim Focus, divulgado nessa segunda-feira (27) pelo BC, estima a taxa no período em9,25%.O presidente da Fecomércio destaca que “quanto maior fora queda dos juros, menor a necessidade de superávit primário” - aeconomia que União, estados, municípios e empresas estatais sãoobrigados a fazer para pagar os juros da dívida, que chegou a R$ 1,398trilhão em março.O gestor de Renda Fixa da Global Equity, Octavio Vaz, afirmaque inflação controlada e nível de atividade mais baixa devem pesarpara a redução de 1 a 1,5 ponto percentual, o que só será anunciado amanhã (29) à noite, depois do fechamento dos mercados.Elelembra que apesar de alguns sinais de melhora dos indicadoreseconômicos e da boa recuperação das bolsas, “a situação ainda requercautela”. Para o gestor, a crise não está totalmente solucionada .“Ainda existem dúvidas em relação à saúde financeira dos principaisbancos e seguradoras americanas” e isso faz com que muitosinvestidores ainda se sintam inseguros para voltar ao mercado.A economista-chefe do Banco Fibra, Maristella Ansanelli,acredita que em virtude da redução da meta de superávit fiscal para2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), na Lei de Diretrizes Orçamentárias(LDO) anunciada há duas semanas, é possível que o Copom desacelere oritmo de flexibilização da política monetária.Ela ressalta,contudo, que a inflação deste ano aponta para a casa dos 4% e diz queos últimos indicadores dão sinais de melhora no ritmo da atividadeeconômica, comparado ao último trimestre do ano passado. “Ainda é muitocedo para comemorar”. Segundo a economista, “o cenário continuamuito favorável à continuidade do ciclo de queda de juros”.