Mendes e Barbosa já haviam discutido rispidamente em 2007 no plenário do STF

23/04/2009 - 18h58

Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Atroca de insultos pessoais ocorrida ontem (23) no plenário do SupremoTribunal Federal (STF) entre o presidente do tribunal, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa, nãofoi o primeiro entrevero público protagonizado por ambos. Em setembro de2007, quando os ministros da Corte analisavam a constitucionalidade debenefícios concedidos a servidores do estado de Minas Gerais ocupantesde cargos de confiança,  Barbosa discordou de Mendes ter pedido nova votação sobre o tema, em virtude da ausência de um ministro em um primeiro julgamento.“Ministro Gilmar, me perdoe a palavra, mas isso é jeitinho. Nós temos que acabar com isso”, disse Barbosa à época.Aexpressão usada pelo colega irritou Mendes e deu início a um inusitadodebate sobre quem teria condições de dar lição de moral ao outro. Apartir daí, o tom adotado por ambos foi bem semelhante à discussão deontem.“Vossa Excelência [Joaquim Barbosa]  não pode pensar que pode dar lição de moral aqui”, respondeu Gilmar.QuandoBarbosa  ressaltou que sua intenção não era dar lição de moral, Mendesacrescentou: “Vossa Excelência não tem condições”. Ouviu então umquestionamento de Barbosa, que encerrou o duelo verbal:  “E VossaExcelência [Gilmar Mendes] tem?”Outra demonstração de paviocurto por parte de Barbosa foi dada no fim do ano passado, emjulgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele se revoltou comum pedido de vista do ministro Arnaldo Versiani, que adiou para este anoa conclusão do processo de cassação do agora  ex-governador da Paraíba,Cássio Cunha Lima.“É um escândalo o governador ficar noexercício do cargo há 14 meses por liminar. A decisão da Corte no dia27 foi estapafúrdia. É momento desta Corte encerrar o julgamento destecaso de uma vez por todas. Ou absolvemos ou removemos [o governador] de vez do cargo.Essas manobras nos envergonham”, afirmou Barbosa na ocasião. Nointervalo daquela sessão, o ministro foi embora do tribunal.Em2004, o ministro do STF Marco Aurélio Mello chegou a chamar Barbosapara um “duelo” do lado de fora do plenário, após uma discussão.