Indústria espera incentivo fiscal para lançar pão com fécula de mandioca no mercado

22/04/2009 - 19h08

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Criadopara incentivar a indústria da panificação e ser uma alternativa aopão francês, o chamado pão brasileiro necessitade incentivos fiscais para ser absorvido pelo mercado. A avaliaçãoé do presidente da Associação Brasileira daIndústria da Panificação(Abip), AlexandrePereira. A receita do novo pão substitui 10% da farinha de trigo por féculade mandioca e foi elaborada, em parceria, pela Abip e o ServiçoBrasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).Segundo Pereira, o produto necessita ser pelo menos 10% mais baratodo que o pão convencional para ser aceito pelo consumidor.

Caso ogoverno federal conceda a desoneração esperada para oproduto base, a farinha misturada, o pão brasileiro poderásubstituir até 20% do consumo atualmente destinado ao pãofrancês, de acordo com o presidente da Abip. “Estamosaguardando uma posição do presidente Lula [emrelação à desoneração] para fazer olançamento”, ressaltou Pereira.

Aobrigação de adicionar fécula de mandioca naprodução do pão francês foi aprovada naCâmara dos Deputados e no Senado. No entanto, o projeto acabouvetado pelo presidente da República no final do ano passado.

Segundo o presidente da Câmara Setorial daCadeia Produtiva de Mandioca, João Eduardo Pasquini, aproposta aprovada pelo Congresso enfrentou muitas resistênciasda indústria da panificação e dos moinhos porser impositiva. “Osetor [da panificação] não estava aceitando essaadição por imposição”, destacou.

Eleacredita que se o projeto atual da Abip “vingar”, vai abrir o mercadopara a indústria da mandioca e proporcionar a geraçãode empregos. Atualmente, cerca de 50% da capacidade do setor estáociosa, de acordo com Pasquini.

Emrelação ao sabor e à textura, o pão brasileirodeverá ser muito semelhante ao francês. O formato serámais arredondado, em contraste com a bisnaga do produto tradicional.

Deacordo com a nutricionista da Universidade de São Paulo(USP),Katia Gavranich, o valor nutritivo do novo pão também équase idêntico ao atual.