Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em 2007, oinvestimento público anual em um aluno da educaçãobásica foi de R$ 2.005. Já o estudante do ensinosuperior custou ao governo R$ 12.322, seis vezes mais do que oprimeiro. A meta do Ministério da Educação (MEC)é reduzir para quatro essa proporção,recomendação da Organização para aCooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em2000 um aluno do ensino superior chegou a custar 11 vezes mais do queo da educação básica. Os dados levantadospelo Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais AnísioTeixeira (Inep) apontam ainda que o investimento público naeducação em 2007 foi de 4,6% em relaçãoao Produto Interno Bruto (PIB). Em 2006, esse montante havia sidode 4,4%. O cálculo inclui investimentos dos governos federal,estaduais e municipais. O maior incremento foi na educação básica, com um aporte de 3,9% em relação ao PIB. O Escritório dasNações Unidas para Educação e Cultura(Unesco) recomenda que o investimento público em educaçãodeve ser no mínimo de 6% do PIB. O ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que pretende chegar ao patamar de 5% até 2010. Ele compara que, em termosabsolutos, 1% do PIB representa algo em torno de R$ 30 bilhões. “O Estado brasileirotem condições de priorizar a educação. Oque houve foi uma tomada de decisão política paraincrementar o investimento na área”, afirmou. O próximo levantamento irá divulgar osinvestimentos em relação ao PIB de cada estado.O ministro disse quenão acredita que os investimentos em educaçãopossam diminuir em função de uma possível quedana arrecadação como conseqüênciada crise financeira internacional. Para os próximos anos,Haddad vê um crescimento nos investimentos em funçãodos recursos do Fundo de Desenvolvimento da EducaçãoBásica (Fundeb), que começou a vigorar em2007 e teve pouco impacto nesses percentuais. Outra fontede recursos pode vir ainda este ano quando for à votaçãoa proposta de emenda à Constituição (PEC) queacaba com a incidência da Desvinculação deReceita da União (DRU) sobre os recursos da educação e quevai garantir R$ 7 bilhões a mais no orçamento do MEC.De 2000 até 2005o percentual de investimento em educação manteve-seestável, com média de 3,9% em relação aoPIB. Haddad não arrisca uma projeção para 2008porque, segundo ele, “a União está investindo mais,mas o crescimento vai depender do que acontece em cada um dos 5 milmunicípios”.