Microempresários vão pedir a Lula para abreviar criação de empresas e abrir acesso ao crédito

12/04/2009 - 15h50

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O caminho que osbrasileiros percorrem até conseguir formalizar a criaçãode sua empresa ainda é cheio de incertezas. A agilidade doprocesso depende de vários fatores, como, por exemplo, oestado onde se tenta abrir um negócio. Nesse momento, ainformalidade acaba sendo o rumo escolhido por muitos, como conta opresidente da AssociaçãoNacional dos Sindicatosda Micro e Pequena Indústria (Assimpi), Joseph Couri. Para tentar melhorar ascondições dos micro e pequenos empresários, opresidente da Assimpi levará ao presidente Luiz InácioLula da Silva propostas que o governo federal poderia adotar para osetor.“A formalizaçãoda abertura de empresas pode levar de dois a 30 dias, dependendo doestado. O problema é quando você entra no imponderável.Quando se entra na frase 'depende' é que começam osproblemas e muitos acabam desistindo de se formalizar, de estar nalegalidade, o que é muito ruim”, disse ele, em entrevista àAgência Brasil.Além desseproblema, outros foram intensificados com a crise financeira, como oacesso ao crédito. Segundo Couri, em setembro do ano passado aliberação de crédito pelos bancos era efetuadaem até dois dias, enquanto hoje a mesma operaçãochega a demorar até 15 dias. O valor das taxas de juros tambémforam multiplicadas.“Levaremos aopresidente sugestões de uma agenda construtiva parafortalecimento do mercado interno, desoneração do microe pequenos empresários, que tiveram aumento de cargatributária, e acesso, redução do custo e maisagilidade para acesso ao crédito”, afirmou Couri. Umaaudiência com o presidente Lula estava agendada para estasegunda-feira (13), mas teve de ser desmarcada e ainda não foidefinida outra data para o encontro.Em fevereiro, aassociação assinou um protocolo de intençãocom a Central Única dos Trabalhadores (CUT) contra acordoscoletivos que reduzam o salário e a jornada de trabalho dosfuncionários, o que causa uma redução do poder decompra e ameaça o mercado interno, público alvo dosmicro e pequenos empresários.Atualmente, o setorrepresenta, de acordo com a Assimpi, 99% de todas as empresas noBrasil e 94% daquelas do ramo industrial. As mais de seis milhõesde micro e pequenas empresas respondem por 60% dos empregos diretosda economia formal. Segundo Couri, apesar da crise, o segmento vem serecuperando e a espectativa é de chegar ao fim do ano com umsaldo positivo na geração de empregos, ao contrárioda maioria dos outros ramos da economia.