Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgada hoje (6), informa que quase metade das empresas paulistas já demitiu funcionários por causa da crise financeira mundial e prevê que as demissões ainda devem continuar em 38% das empresas pesquisadas. Segundo o estudo, as empresas planejam demitir 14,3% do seu quadro de funcionários atual.As empresas que já demitiram funcionários são as que mais devem fazer demissões. De acordo com a pesquisa, mais da metade delas (56%) prevêem continuar diminuindo funcionários do seu quadro. “Enquanto algumas empresas entraram em um processo de redução de seu quadro de funcionários desde o início da crise, outras ainda não foram tão fortemente afetadas por ela”, diz a pesquisa.A pesquisa foi realizada entre os meses de fevereiro e março deste ano e ouviu 586 empresas de São Paulo, com o objetivo de avaliar os efeitos da crise financeira mundial sobre as decisões de emprego.Segundo Paulo Francini, diretor do departamento de economia da Fiesp, a pesquisa não é pessimista, sendo apenas “um retrato do que as empresas estão pensando em fazer”.“As empresas que não fizeram redução do nível de emprego vão fazê-la. Já as empresas que tiveram forte redução vão fazer ainda mais”, disse ele à Agência Brasil.Francini ressaltou, no entanto, que a pesquisa também demonstra que a maior intensidade das demissões, como resultado da crise econômica, já ocorreu no Brasil. “As demissões vão continuar, mas com menos intensidade”, afirmou.Perguntadas sobre quais medidas adotariam para evitar as demissões, 37% das empresas responderam que utilizariam a redução de jornada de trabalho, com redução de salários, seguida pelo acordo amplo do banco de horas (28%), antecipação de férias (22%) e suspensão temporária do contrato de trabalho (13%).