Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ainda é pequena a procura de pescado nasfeiras livres e peixarias do Distrito Federal neste início deSemana Santa. Isso se explica porque grande parte das pessoas preferedeixar a compra do peixe para o último momento, diz JorgeUeda, dono de uma peixaria na Feira do Guará, cidade satélitede Brasília. “O pessoal costuma deixar para a últimahora, por isso, o movimento está mais ou menos agora.” Alémdo bacalhau, prato tradicional na mesa do brasileiro na Sexta-Feirada Paixão, muitos estão procurando outros peixes, comosurubim, robalo e dourada, além do camarão, acrescentaUeda.Também para Cristiano Ferreira dos Santos,que trabalha numa peixaria da Feira do Guará, o movimentoainda está fraco. “Movimento maior é na quinta e nasexta-feira. Nesses dias [o movimento] aumenta cerca de 60%.”Ferreira informou que, em sua banca, o bacalhau éo peixe mais procurados pelos consumidores, mas existem alternativasmais em conta, como robalo, pescada amarela e tucunaré. Ocamarão também está sendo muito procurado pelosconsumidores. O consumidor Carlos Alberto Silva, no entanto,preferiu comprar logo o peixe da Semana Santa. E não ficou sóno bacalhau. “Geralmente eu compro filé de badejo, filéde robalo, camarão e bacalhau, o tradicional bacalhau”,disse Silva, que achou os preços mais altos que os do anopassado. “O preço deu uma aquecida.” Iolanda Damasceno também já garantiuo peixe para os feriados e a Páscoa, mas fugiu do tradicional:“Estou comprando dourado, porque está mais barato. Nãocompro bacalhau, porque não sei fazer.”A diretora da Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa), Maria Cecília Brito, alertou paraalguns cuidados na hora de comprar o peixe. É preciso observara limpeza do local onde o peixe está sendo comprado. “Estásujo, tem poeira? São coisas que depõem contra apeixaria. Depois temos de ver como está a cavidade ocular dopeixe, se não está ressecada, se está brilhante, sea carne está firme”, explicou.Maria Cecília chamou a atençãotambém para a necessidade de guardar logo o peixe fresco nageladeira para não correr o risco de estragar. No caso dopeixe congelado, além desses cuidados, o consumidor precisaver se veio com mais gelo do que que o normal. “ADefesa do Consumidor e a Vigilância Sanitária têmatuado em vários estados para evitar que esseglaciamento [técnica para congelamento do peixe] setransforme numa ilusão de peso em relação aopeixe, para que não se compre mais gelo do que peixe”,explicou.Ela disse ainda que a vigilância sanitáriajá está atenta, fazendo fiscalização emvários municípios para verificar a qualidade do peixe eas condições dos pontos de venda.