Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mais um bondinho restaurado devevoltar às ruas de Santa Teresa neste mês. A previsãoé de que a composição “novinha” deixe, nodia 18, a garagem da empresa onde foi recuperada, na cidade de TrêsRios, no interior do estado, com destino às ladeiras dobairro, no centro do Rio. Atualmente, três bondes rodam nobairro.Será a segunda composiçãoentregue pela TTrans em condições de uso. Háquatro anos, a empresa venceu a licitação para reformados bondinhos, com financiamento de R$ 14 milhões do BancoMundial (Bird), segundo informação da Secretaria deTransportes. De acordo com a TTrans, a idéia édevolver dois bondes por mês, a partir de abril, finalizando aentrega de 14 bondinhos até setembro, “se não faltardinheiro”, adverte o dono da empresa, Massimo Giavina-Bianchi. Oatraso nos pagamentos e a falta de uma pista de testes adequada atrasaram a entrega dos carros, disse ele.“Primeiro, parávamos os testes para apassagem de ônibus e carros. Fazíamos 500 corridas paraaproveitar 30. Tivemos que fazer uma pista em Três Rios, quenão estava contratada”, disse. “Em segundo, o pagamento ficou atrasado por maisde dois anos. No período, não é que paramos aobra, mas que ela ficou mais lenta”, completou. Segundo o dono daempresa, em setembro de 2008, o governo “deu novas garantias epassou uma régua”.A Secretaria de Transportes informou que opagamento atrasou porque, no período, a empresa suspendeu osserviços de restauração, em busca de peças.No ano passado, a TTrans entregou a primeiracomposição restaurada, chamada de Frankenstein pelosmoradores que, apesar dos problemas, está rodando desdenovembro. Antes disso, a empresa apresentou um protótipo, que,devido a um problema no freio, teve de voltar à garagem.Os moradores e funcionários da oficina debondes, em Santa Teresa, dizem que o novo bondinho tem defeitos econstantemente precisa ser retirado de operação. “Écomo se não funcionasse”, disse um dos mecânicos, quepediu para não se identificar. Na última semana, ocarro chegou a disparar sozinho com um motorneiro. “Imagina seestivesse lotado de passageiros”, observou outro mecânico. Os técnicos da TTrans informam que os novosbondes custam R$ 1 milhão e apresentam melhorias em relaçãoàs antigas composições, mas ainda estãoem fase de testes.