Homens pedem mais engajamento em favor da igualdade de gênero

03/04/2009 - 19h57

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 450 pessoas de vários países aprovaram hoje (3), um documento pedindo a mobilização do público masculino em favor da promoção da igualdade entre homens e mulheres, em todo o mundo.  A Conclamação para Ação Global, uma declaração de princípios em quegovernos serão recomendados a comprometer-se com a necessidade de engajar oshomens na promoção e na busca pela igualdade de gênero, propõe oito ações para governos, iniciativa privada e organização não-governamentais.A Carta do Rio, como também é chamada, resulta de um encontro entre ativistas, pesquisadores e gestores públicos de 75 países, no Simpósio Global Engajando Homens e Meninos pela Igualdade de Gênero, realizado no Rio de Janeiro.No evento, os participantes concluíram que é preciso envolver os homens na promoção da saúde, combate à violência contra a mulher, prevenção e tratamento da aids, além de questões da sexualidade e paternidade. Eles defenderam a ampliação da licença-paternidade, que no Brasil, é de cinco dias, mas chega a cinco meses na Suécia.“Discute-se o aumento da licença-maternidade, mantendo a mulher no papel de cuidadora e do homem no de provedor. Não basta valorar a paternidade apenas como uma questão de responsabilidade, mas como oportunidade de crescimento pessoal, de projeto de vida”, disse o coordenador executivo do Instituto Papai, Ricardo Castro, um dos organizadores.De acordo com o co-diretor do Instituto Promundo, Marcos Nascimento, que também coordenou o evento, o simpósio é uma marca clara de que os homens querem trabalhar contra estereótipos que impedem, por exemplo, a discussão sobre direitos reprodutivos, sexualidade e acesso à saúde. Os participantes cobram do Ministério da Saúde uma política de saúde para o homem, que segundo a assessoria de imprensa do órgão, deve ser lançada ainda este ano. “Os homens não vêm o espaço de saúde como algo voltado para eles. Vêm como algo, prioritariamente para crianças e mulheres”, afirmou.  “A discussão não visa de nenhuma forma diminuir ou trocar as ações que são feitas para as mulheres, que ainda sofrem muito em todo o mundo. A idéia de trazer os homens para a pauta é agregar novos recursos ao que está sendo feito”, acrescentou Ricardo Castro.A Carta do Rio será enviada para as agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e para os governos dos países representados no evento, além das instituições que participaram da iniciativa.