Mantega acredita que economia volte a crescer a partir do segundo semestre

30/03/2009 - 17h22

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Aeconomia deve voltar a se aquecer no segundo semestre e o Brasilpoderá retomar, em 2010, o ritmo de crescimento dos últimos anos. Essa avaliação do cenário econômiconacional foi feita hoje (30) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega,em entrevista coletiva na qual anunciou novas medidas tributárias para evitar efeitos da crise no país.

Na entrevista, o ministro não quis estimarqual será o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma detodos os bens e riquezas produzidos no país), mas revelou quetrabalha com meta de aumento entre 1% e 2%. “Eu me dou porsatisfeito, se tivermos crescimento positivo.”

Entre os sinais de recuperaçãoda crise, Mantega destacou o crédito. Segundo ele, com asmedidas que o governo adotou, a disponibilidade de crédito jáestá quase no mesmo patamar de antes da crise. “Com asmedidas tomadas, houve uma reconstituição do crédito,não ainda no patamar em que estávamos, mas em 80% doque tínhamos alcançado antes.”

O governo espera que as medidasanunciadas hoje (30) tenham efeito em um prazo de três meses,refletindo a estimativa de recuperação na segundametade do ano. Além da prorrogação do prazo deredução do Imposto sobre Produtos Industrializados(IPI) na compra de veículos novos, o pacote tributárioinclui alíquota zero na Contribuição para oFinanciamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a venda de motos edesoneração de IPI também para os principaisitens de material de construção.

Mantega informoutambém que, para recuperar cerca R$ 1,5 bilhão perdidoscom a renúncia fiscal dos incentivos para a indústria,o governo resolveu aumentar a incidência do PIS/Pasep (Programade Integração Social/Programa de Formaçãodo Patrimônio do Servidor Público) e da Confins sobre oscigarros. Segundo o ministro, a mudança deveráaumentar em aproximadamente 30% o preço final do produto.

Para garantir que as novas medidasajudarão a prevenir o desemprego, foram firmados acordos comempresas dos setores de automóveis, motocicletas e caminhões.Por eles, as empresas não poderão demitir duranteos três meses em que vigorar a desoneração. Noentanto, poderão ser lançados programas de demissãovoluntária, e não há obrigação derenovar contratos temporários que chegarem ao fim.

De acordo com o presidente daAssociação Brasileira da Indústria de Materiaisde Construção (Abramat),Melvyn Fox, neste setor, os incentivos fiscais e o programahabitacional que o governo anunciou na semana passada deverão gerar contratações. “Aindústria não vai demitir, nós podemos garantirisso. Ao contrário, haverá mais postos de trabalhodisponíveis no setor.”