Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise financeira internacional deve afetar a demanda e reduzir pela metade o crescimento na geração de energia para o ano. A avaliação é do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS) Hermes Chipp. Ele disse hoje (24) que o setor deve crescer entre 2% e 3% em relação a 2008. No ano passado, o avanço foi de 5% na comparação com o ano anterior.“Isso não tem nenhuma novidade porque o Produto Interno Bruto (PIB) esperado para 2009, que era de 5%, foi revisado para 2%. Tudo tem uma certa consistência", afirmou. Chipp participou de seminário do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Embora o setor espere uma revisão para baixo das projeções da demanda, influenciada pela queda da indústria, o diretor do ONS disse que, em fevereiro e março, o sistema apresentou sinais de recuperação, com crescimento na comparação com o mês anterior e com o mesmo mês de 2008. Ele atribuiu o avanço às medidas anticrise adotadas pelo governo, que estimularam o consumo. Dessa maneira, o sistema deve movimentar 53 mil megawatts médios de carga no ano, contra 55 mil MW previstos para 2008. De acordo com Chipp, isso implicará também redução no uso de usinas termelétricas a óleo, consideradas mais poluentes. As térmicas (a óleo ou a gás) são acionadas com base no nível de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas. “Esse ano, vamos acionar, sem dúvida nenhuma, menos térmicas que o ano passado. No ano passado, chegamos em dezembro, com todas as térmicas na base”, disse. "Acho que vamos usar menos térmicas a óleo. Térmicas a gás vão depender do volume de chuvas”.