Crise ainda não afeta supermercados, afirma representante do setor

24/03/2009 - 19h19

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Opresidente da Associação de Supermercados do Estado doRio de Janeiro, Aylton Fornari, afirmou hoje (24) que o setor aindanão foi afetado pela crise internacional. Segundo ele, o setorsempre é o último a sentir o problema da crise, porqueprimeiro as pessoas começam a diminuir gastos com prestações.Por último, é que cortam gastos com a alimentação.“Quandoisso acontece, as pessoas começam a reduzir a compra desupérfluos e a racionalizar mais o uso dos alimentos, comaproveitamento de sobras”, explicou. Ele admitiu, contudo, que, se a crise tiver continuidade, o setorsupermercadista também será afetado. Para se precaver contra possíveis impactosda recessão externa, os representantes do setor discutem, na21ª Convenção Supermercadista, o uso de trêsferramentas: tecnologia, gestão do negócio equalificação de pessoal. Segundo Fornari, o objetivo éver se, com isso, é possível minorar os problemas quevenham a ser gerados pela crise. A convenção, que estásendo realizada paralelamente à 21ª Super Rio Expofood2009, vai até quinta-feira (26).No Rio de Janeiro, os supermercados faturaram noano passado R$ 9,5 bilhões, com alta de 2,56% em relaçãoa 2007. Fornari disse que a baixa taxa de crescimento não foireflexo da crise, uma vez que a média ficou nesse patamardurante todo o ano. De acordo com ele, isso ocorreu também com o crescimento dasvendas em nível nacional, que foi de 8,98% no ano. Fornari não quis fazer previsões paraeste ano. “Estou torcendo para que o crescimento fique, pelo menos,em torno de 2,5%. Conseguir manter isso aí já seráum bom resultado no meu entendimento.”Na última edição da SuperExpofood, considerada uma das maiores feiras de alimentos da AméricaLatina, foram realizados negócios de R$ 35 milhões, comacréscimo de 40% sobre o ano anterior. Para a feira deste ano,que foi ampliada de três para quatro dias, o resultado poderá ser melhor – o representante dos supermercadosestima que os negócios fechados cheguem aR$ 80 milhões. O tema do encontro deste ano é aresponsabilidade socioambiental. Com esse objetivo, a Associaçãode Supermercados do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente firmaram protocolo paraimplantação da coleta seletiva de lixo nossupermercados. No ano passado, foi assinado convênio com aSuperintendência Estadual de Rios e Lagoas para manutençãodas ecobarreiras, que visam a recolher material reciclável,principalmente garrafas PET, das águas dos rios.Em 2008, o setor supermercadista concentrava 72mil postos de trabalho diretos no estado do Rio. Atualmente, os supermercados fluminenses são responsáveis por 75,3 mil empregos diretos e indiretos.