Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Opresidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica(Cade), Arthur Badin, afirmou hoje (23) que a crise mundial nãopode servir de pretexto para a prática de abuso de poder econômicopor algumas empresas. Para ele, medidas como a formaçãode monopólios e cartéis e a criação debarreiras protecionistas só provocam o aprofundamento dacrise.Em entrevista no Rio de Janeiro, Badin disse quetais medidas, tomadas durante a crise mundial de 1929, sóserviram para piorar a situação. “Interessesmonopolistas e interesses protegidos por subsídios e barreirassempre procuram, com um discurso legitimador baseado na crise, sóperpetuar seus privilégios e seus poderes. Não querdizer que isso vai acontecer, mas chamo a atenção paraque a gente não caia no mesmo erro.”Badin destacou, no entanto, que a crise atéagora não gerou um número maior de fusões ouaquisições de empresas. Pelo contrário, o númerodeste tipo de operações foi até reduzido, disseele.“É curioso, na verdade, que o númerode fusões e aquisições tenha caído,talvez porque todo mundo está esperando para ver qual éo horizonte, deixar o horizonte se abrir um pouco mais. Não dápara saber se vai aumentar ou se vai diminuir [o número defusões].”O Cade é o órgão federalresponsável pela prevenção e apuraçãode abusos de poder econômico praticados no Brasil. Uma dasfunções do conselho é autorizar a fusãoou compra de empresas.