Ata do Copom diz que projeções para inflação estão abaixo do centro da meta

19/03/2009 - 11h08

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As projeçõesde inflação estão abaixo do centro da meta, queé de 4,5% para este ano e para 2010. A informaçãoconsta da ata do Comitê de Política Monetária(Copom) do Banco Central.A meta éestabelecida, com base no Índice de Preços ao ConsumidorAmplo (IPCA), pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e temmargem de tolerância que vai de 2,5% a 6,5%. Cabe ao Banco Central perseguir essa meta e o instrumento utilizado para controlar a inflação é a taxabásica de juros, a Selic.O Copom aumenta os juros quando considera que a trajetória ea tendência da inflação estão em alta ereduz quando ocorre o inverso. Na última reunião do Copom, realizada nos dias 10 e 11 deste mês, os juros básicos caíram de 12,75% para 11,25% ao ano. Em janeiro, a redução foi de um ponto percentual. Segundo a ata, nocenário de referência, que leva conta a manutençãoda taxa de câmbio em R$ 2,40 e da taxa Selic no patamar anterior de 12,75% ao ano,a projeção para a inflação em 2009 estáabaixo do centro da meta de 4,5%.No cenário de mercado, queleva em conta as trajetórias das estimativas deanalistas de mercado para câmbio e juros, “a projeçãode inflação para 2009 também recuou em relaçãoao valor considerado na última reunião do Copom eencontra-se abaixo do valor central para a meta de inflação”.“Para 2010, aprojeção de inflação, segundo o cenáriode referência, recuou ligeiramente em relação aovalor considerado na última reunião do Copom eencontra-se sensivelmente abaixo do valor central de 4,50% e, nocenário de mercado, também diminuiu e posiciona-seabaixo do valor central de 4,50%” Na ata, o Copomconsidera, portanto, que ainda há “margem” para a redução da Selic, mas reforça que a política monetária “devemanter uma postura cautelosa”. De acordo com o documento, hásinais de “arrefecimento” do ritmo da atividade econômicano país, o que se observa, por exemplo, nos indicadores deprodução industrial, nos dados sobre o mercado detrabalho e sobre a confiança de empresários econsumidores.O comitê tambémconsidera que o desaquecimento da procura por bens e serviços,“motivado pelo aperto das condições financeiras, peladeterioração da confiança dos agentes e pelacontração da atividade econômica global, criouimportante margem de ociosidade dos fatores de produção”.Essa situação deve contribuir para conter as pressõesinflacionárias. O Copom reforça que as mudançasna taxa de juros levam tempo para surtir efeito sobre a atividade e ainflação.