Ministros de Finanças do G20 concordam em injetar dinheiro no FMI

15/03/2009 - 1h47

Da Agência Brasil

Brasília - Os ministros das Finanças dos países do G20 concordaram em aumentar significativamente os recursos para o Fundo Monetário Internacional (FMI) para socorrer os países mais afetados pela crise econômica mundial. O reforço financeiro foi decidido em Horsham, na Inglaterra, onde os ministros participaram ontem (14) de uma reunião preparatória para a cúpula de chefes de Estado do G20, no próximo mês.A proposta desagradou aos países do Bric – grupo das principais economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Na sexta-feira (13), o grupo tinha anunciado que não injetará recursos no FMI sem uma reforma na estrutura da instituição para ampliar a representação dos quatro países.“Nós tomamos a posição de não fazer aportes adicionais de capitais ao Fundo Monetário Internacional enquanto não houver uma reforma de cotas e vozes”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista à BBC Brasil.Em pronunciamento após a reunião, o ministro da Fazenda da Grã-Bretanha, Alistair Darling, afirmou que a economia mundial está marcada por uma situação de “emergência” e que o G20 está disposto a tomar qualquer medida necessária para aumentar a demanda e os empregos.Para Darling, que presidiu o encontro, a migração de capitais para os países desenvolvidos, após o agravamento da crise, enfraquece a posição dos países em desenvolvimento.“A preocupação no momento é que muitas economias emergentes estão descobrindo que o capital, que elas estavam pensando que tinham, está começando a fluir para economias desenvolvidas e, claro, não está apenas ameaçando sua habilidade de adotar os estímulos que acharem necessários, mas também enfraquece sua posição”, declarou o ministro britânico, de acordo com a BBC Brasil.Alistair Darling evitou mencionar valores, mas os Estados Unidos querem aumentar os fundos do FMI para US$ 700 bilhões. A União Européia defende a injeção de US$ 500 bilhões.Outros ministros europeus foram mais cautelosos e sugeriram verificar se os atuais programas do FMI estão funcionando, antes de fazer novos aportes. Liderados pelo ministro das Finanças da Alemanha, Peer Steinbrueck, esses ministros afirmaram que o pacote bilionário de estímulos pode agravar ainda mais o rombo nas contas dos governos e ampliar a dívida pública desses países.