Operadoras de celular querem mais espaço para explorar banda larga

12/03/2009 - 19h22

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise econômica mundial não está assustando as empresas detelefonia móvel no Brasil. A expectativa de Luiz Alexandre Garcia,presidente da Associação Nacional das Operadoras de Celulares (Acel) é queo setor cresça este ano na casa de dois dígitos, mesmo que haja recessão. Umadas pontas de lança do crescimento da telefonia móvel em dias de criseserá o serviço de acesso à internet por banda larga e sem fio. Nomercado, há projeções de que, em quatro anos, o tráfego de informaçõesnas redes móveis deva crescer 66 vezes. Atualmente há três milhões declientes de banda larga.O provável crescimento começa a preocupar as operadoras de telefonia celular, em encontro da Acel em Brasília, projetam cenários decongestionamento se não houver liberação de mais frequências noespectro eletromagnético por onde propagam as ondas dastelecomunicações (celular, rádio, TV etc).O diretor deInovação Tecnológica da TIM (Telecom Italia Mobile), o engenheiroelétrico José Maurício Cascão Pereira, apresentou no evento umaprojeção que avalia que, se nada for feito, a atual zona do espectroutilizada em São Paulo (que representa um quarto da demanda de bandalarga móvel) estará saturada daqui a dois anos. Ele, no entanto,descarta qualquer possibilidade de “apagão” para o serviço.SegundoCascão Pereira, a União Internacional de Telecomunicações recomendaque seja “harmonizado” o espaço da faixa de 2,5 Ghz (gigahertz)atualmente utilizada pelo serviço de TV por assinatura, entre outrosoperadores. Na conta do engenheiro, é possível liberar nessa faixa 140Mhz, que poderá ser utilizado para a banda larga móvel.OSuperintendente de Radiofreqüência e Fiscalização da Agência Nacionalde Telecomunicações (Anatel), Edilson Ribeiro dos Santos, garantiu quehaverá espaço no espectro para a banda larga móvel. “A Anatel estátomando todas as providências para que não haja nenhum empecilho porparte da agência para que a massificação da banda larga venha sofrerqualquer retardamento”, “No momento não existe qualquerpossibilidade de atraso por questão tecnológica. Existe espectrodisponível. No entanto, nós precisamos de espectro até 2020 [comespaço] na ordem de 1.080 MHz, o que nós temos hoje chega na ordem de300 Mhz”, detalhou, afirmando que o uso do espectro é planejado com dezanos de antecedência e que a Anatel também estuda o uso das faixas de3,5 GHz, 750 Mhz e 400 Mhz.