Associação atribui à perseguição ideológica decisão que cortou repasses da União

11/03/2009 - 20h07

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O advogado da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), Patrick Mariano Gomes, atribui à “perseguição ideológica” a decisão judicial que proibiu o repasse de recursos da União para a entidade. A liminar expedida no último dia 6, pelo juiz Carlos Francisco, da 14ª Vara Federal de São Paulo, bloqueia os bens da Anca e um ofício enviado ao Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) impede que a União repasse dinheiro para a associação.Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a Anca não comprovou a correta utilização de R$ 3,8 milhões recebidos por meio do Programa Brasil Alfabetizado. Além disso, parte do dinheiro teria sido repassado indevidamente  ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A verba tinha a finalidade de custear a alfabetização 30 mil jovens e adultos e a capacitar dois mil educadores.O MPF baseou a denúncia em uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU). “Os auditores não encontraram lista de presença de curso; o pagamento dos educadores sempre foi uniforme (como se nunca tivesse havido falta de professores); não há cadastros inicias e finais de alfabetizandos e de alfabetizadores etc.”, relatou o juiz no texto da liminar.Na opinião de Gomes, a bancada ruralista teria influenciado a decisão contra a entidade. “A Anca chegou nesse ponto de perseguição por conta de uma disputa ideológica da bancada ruralista contra as áreas de assentamento no Brasil”, afirmou.    Mariano disse que ainda espera uma intimação formal sobre a decisão. Mas adiantou que a defesa Anca será baseada no histórico da entidade. “A defesa vai no sentido de demonstrar o histórico da entidade e tudo o que ela já fez na área de alfabetização no meio rural e na melhoria de vida dos trabalhadores assentados pela reforma agrária”, afirmou.