Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A queda de 3,6% registrada no quarto trimestre do ano passado no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país, surpreendeu o economista José Márcio Camargo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). Ele esperava uma variação negativa de 3% no período de outubro a dezembro de 2008, em comparação com o terceiro trimestre.Camargo destacou que a queda da indústria foi muito forte (- 7,4%). Em termos gerais, observou que a retração do PIB no quarto trimestre de 2008 apresentou um dado interessante. “Uma coisa muito importante é que a queda foi mais ou menos espalhada por todos os setores da economia , menos no governo. Tanto serviços (- 0,4%) como agricultura (- 0,5%) mostraram sinal negativo. Isso significa que o choque de demanda foi muito forte”, disse.Segundo ele, esse situação de queda do PIB deve continuar ao longo do primeiro trimestre deste ano. Camargo avaliou que com essa retração de 3,6% nos três últimos meses do ano passado, o ano de 2009 já começa com uma queda de 1,5 ponto percentual do PIB. "Para a economia brasileira mostrar um crescimento zero, ela vai ter que crescer entre janeiro e dezembro 1,5 ponto percentual. Ou seja, é um esforço bastante importante”, ressaltou.As expectativas de José Márcio Camargo são que o PIB em 2009 deve ficar estável ou até mesmo ter uma queda.