Crise deve ser enfrentada com juros próximos de zero, defende especialista americano

06/03/2009 - 19h56

Daniel Lima e Kelly Oliveira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A crise financeira internacional deve ser enfrentada com taxas de juros básicos próximas de zero. Foi o que defendeu hoje (6) o diretor do Centro de Políticas e Relações Internacionais da Universidade de Johns Hopkins (Washington), Robert Guttmann, ao participar hoje (6) do Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Guttman fez referência à afirmação feita ontem (5), primeiro dia do evento, pelo presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, sobre os juros no país. Meirelles disse que os juros básicos (Selic) estão baixos e em processo de redução. Mas, para Guttmann, os juros no Brasil também deveriam estar próximos de zero ou até abaixo desse nível. Segundo ele, Bancos Centrais como o do Japão estão entrando em um novo capítulo da história. “Os bancos centrais estão em uma fase experimental e eles precisam fazer isso para evitar um colapso de crédito”. Sobre a crise financeira no mundo, Guttmann afirmou ainda que é preciso “consertar” o sistema bancário. “É o coração da economia”, disse o diretor. “Só depois é que podemos pensar nos hábitos que nos levou ao coração ruim.”Ele acrescentou que é preciso fechar bancos em situação de risco (insolventes), principalmente os transnacionais. “Há vários bancos que são transnacionais e talvez metade esteja insolvente. Ou têm que morrer ou têm que ser concertados. Há que haver uma abordagem global para o conserto desses bancos”, afirmou. Guttmann ressaltou que, depois do “conserto” dos bancos, é preciso dar a essas instituições um código de conduta. Ele acrescentou que é preciso criar um sistema de licenciamento de inovações financeiras e pensar em regulações globais.