Presidente do PPS critica liberação do FGTS e FAT para compra de carros

03/03/2009 - 19h03

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente nacional do PPS, ex-deputado Roberto Freire, criticou hoje (3) as medidas tomadas pelo governo para combater os efeitos da crise internacional no país, principalmente o uso do Fundo de Garantia do Tempo por Serviço (FGTS) paracompra de carros novos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para aquisição de veículos usados.“Alguém precisa explicar por que o governo autorizou a utilização doFGTS para financiar automóvel novo e do FAT para carrosusados. São medidas tomadas em função da indústria automobilística.Esse governo parece muito mais um agente de vendas da indústriaautomobilística brasileira do que alguém que defende os interesses daeconomia como um todo”, disse.  Para Freire, o governo deveria se preocupar com o desemprego. “A economia brasileira precisa gerar empregos e isso sóocorre com investimentos. Para que usar os fundos [FGTS e FAT] parapulverizá-los no consumo? Isso é um absurdo e precisa ser dito comtodas as letras”, afirmou. “Os fundos já estão tendo dificuldadesporque suas fontes geradoras começam a se escassear em fase da crise,por conta da diminuição do pagamento dos impostos.”Freire sugeriu que, ao invés de estimular o consumo, os recursos do FGTSe do FAT sejam utilizados para investimentos na construção civil e em projetosde saneamento básico. As declarações foram feitas após a realização de um encontro promovido pelo PPS na Câmara para debater medidas de geração de empregos.O presidente do PPS disse que o Brasil país precisa de um projeto de investimentos e criticou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele, o PAC tem baixo índice de execução de recursos orçamentários e é utilizado pelo governo como marketing. “O PAC é uma irrelevância", afirmou ele, acrescentando que, nos últimos anos, o governo não conseguiu gastar mais de 20% dos recursos previstos no PAC. Após o encontro de hoje, o PPS deve organizar uma nova rodada de discussões, com a participação de economistas e estudiosos. Em seguida, a idéia é reunir as sugestões levantadas nos encontros em um documento com propostas para enfrentar a crise.