Ferroviários marcam protesto contra mudança na direção do fundo de pensão da categoria

03/03/2009 - 17h42

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com manifestação marcada para amanhã(4), sindicatos do setor ferroviário questionam o nomeindicado pelo Ministério dos Transportes para a direçãodo fundo de pensão do setor. Alegando que o novo nome nãofoi negociado, os sindicalistas afirmam que o episódio é“mais uma tentativa” dos partidos políticos de captarrecursos para o financiamento de campanhas em 2010.Na semana passada, sindicatos e servidores deFurnas também entraram em disputa com o Ministério deMinas Energia para manter na Fundação Real Grandeza oatual diretor, Sérgio Wilson Ferraz Fontes. Com patrimôniode R$ 7,5 bilhões, o fundo de pensão de Furnas éum dos maiores do país. Depois de uma paralisaçãodos servidores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a mudança na diretoria do fundo.Desta vez, os sindicatos dos ferroviáriosquestionam iniciativa do ministro dos Transportes, AlfredoNascimento, que pediu ao conselho deliberativo do fundo da RedeFerroviária Federal (Refer) a substituição dodiretor Marco André Marques – há dois meses no cargo– por Alexandre Júlio Lopes de Almeida. De acordo com ossindicalistas, a indicação não foi discutida comos trabalhadores, que questionam “a mudança repentina”.“Por que trocar agora? Não entendemos porque a discussão do nome não foi feita com a categoria.Se há duvidas sobre a postura de direção, temosque pedir um levantamento a essa direção. O que nãodá é volta e meia uma mudança por questõespolíticas”, disse o presidente dos Sindicatos dosFerroviário do Rio de Janeiro, Valmir Lemos.O Sindicato dos Empregados de PrevidênciaPrivada do Rio de Janeiro reforça a tese da capitalizaçãodos fundos com fins eleitoreiros. “É um assédiopolítico, visando a 2010”, afirmou o presidente dosindicato, Aristóteles da Silva. Para ele, a direçãodo Refer está em boas mãos e a troca de cadeiras nãoatende os beneficiários.“No momento, não há perfil melhor[para a direção]. Para o fundo, o técnicoé muito mais produtivo que o político. O políticochega lá e fica obedecendo a favores de quem o sustentapoliticamente no cargo”, afirmou Silva. O Ministério dos Transportes disse que nãovai comentar a indicação. Por meio da assessoria deimprensa, informou que o nome sugerido para o fundo de pensão,que tem 40 mil dependentes e um patrimônio de R$ 2,9 bilhões,faz parte de uma“reestruturação” do setor, einformou que Alexandre Júlio Lopes de Almeida, o indicado, jáfoi técnico e diretor do Refer.'