Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão doConselho Administrativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) deliberar recursos para financiar o capital de giro das empresas comrecursos do FAT levou parte dos consumidores de volta às lojasde semi-novos. No entanto, a Federação Nacional dasAssociações dos Revendedores de VeículosAutomotores (Fenauto), afirma que os juros deveriam ser menores doque os anunciados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O financiamento de capital de giro com recursos do Fundo de Amparo aoTrabalhado para empresas revendedoras do setor automotivo, aprovadono último dia 11 pelo Conselho Curador do FAT, beneficiamicro, pequenas e médias empresas do comérciovarejistas de automóveis, camionetas e utilitáriosusados. Segundo o Ministério do Trabalho, as vendas do tiveramimpacto de 30% com a crise financeira, que se agravou em setembro emtodo o mundo. Foram liberados ao setor, inicialmente, R$ 200 milhões. Parater direito aos recursos de até R$ 200 mil por empresa, énecessário manter o compromisso com a manutençãodos empregos. O prazo é de até 24 meses, com cinco decarência. Os encargos financeiros são a Taxa de Juros deLongo (TJLP), acrescida de taxa efetiva de 11,206% ao ano.Atualmente, chegam a 24%, mas, segundo o presidente da Fenauto,Ilídio Gonçalves dos Santos, o ideal mesmo seria 6% aoano, mais TJLP, como forma de aliviar o setor. Outro problema para osetor de semi-novos é que, ao contrário do carro zeroquilômetro, existe dificuldade na aprovação decrédito para os consumidores.Pelas regras doMinistério do Trabalho, não podem tomar o empréstimoos inadimplentes perante qualquer órgão daadministração pública federal, especialmente como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o InstitutoNacional do Seguro Social (INSS) e os Programas de IntegraçãoSocial (PIS) e de Formação do Patrimônio doServidor Público (Pasep). O setor de revenda de automóveis faturou R$ 158 bilhõesem 2008, segundo a Fanauto, mas, em outubro do ano passado, sofreuqueda de 50%. De dezembro a janeiro, porém, houve recuperaçãoentre 12 e 15%, informou Ilídio Santos. De acordo com o último balanço divulgado pela Localiza,empresa de aluguel de automóveis e também vendedora desemi-novos, a receita líquida com esse tipo de carro caiu14,4% no quarto trimestre do ano passado, em decorrência daqueda de 11,5% no volume e de 2,2% no preço médio dasunidades comercializadas. Até setembro, volume de carrosvendidos foi de 3.071 carros em média por mês. Jáno último trimestre do ano, a média foi de 2.215 pormês (queda de 27,9%).No ano, a receita devenda de semi-novos aumentou 15,2% em 2008, em decorrênciado aumento de 13,9% no volume e de 1,4% no preço médiodos carros vendidos, registra o balanço. .