Setor de máquinas e equipamentos teme corte de 50 mil vagas se situação não mudar

19/02/2009 - 18h51

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente da AssociaçãoBrasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz AubertNeto, estimou em 50 mil o número de postos de trabalho quepoderão ser cortados no setor no primeiro semestre deste ano,se forem mantidos por mais dois meses os resultados obtidos pelosetor em janeiro. Em janeiro deste ano, o faturamento nominal daindústria de máquinas e equipamentos foi de R$ 3,82bilhões, 30% inferior ao obtido no mesmo mês de 2008 (R$5,4 bilhões).Em entrevista coletiva, Aubert disse queos resultados de janeiro “assustadores” e demonstram paralisaçãodos investimentos no país. “Se esses números serepetirem em fevereiro e março, estamos prevendo um corte de50 mil postos de trabalho no primeiro semestre”, afirmou.“Esse números são assustadores,mostram que o investimento está paralisado no Brasil. Onegócio está preocupante”, acrescentou o presidenteda Abimaq. De outubro a dezembro do ano passado, o setor perdeu 7.800postos de trabalho. Entre os segmentos que compõem osetor o que apresentou pior desempenho em janeiro no primeiro mêsde 2009 foi o de máquinas e assessórios têxteis,com queda de 67,2% de seu faturamento nominal. O de máquinas eequipamentos para madeira teve redução de 61,2%; o demáquinas ferramenta, decréscimo de 60,7%. O únicosetor que teve desempenho positivo foi o de válvulasindustriais, com crescimento de 60,2%.Em 2006, o setor fechouo ano com faturamento de R$ 54,7 bilhões, queda de 2,1 % sobre2005. Em 2007, obteve R$ 61,6 bilhões, 12,6% superior ao anoanterior. Em 2008, o faturamento foi de R$ 78,05 bilhões,26,7% superior a 2007.“Há medidas pontuais dogoverno que têm de ser tomadas. Há medidas que têmde ser tomadas na área da desoneração deinvestimento. Esses números mostram claramente que osinvestimentos pararam no país. É preciso tomar medidaspara que o investimento seja retomado. Tem de fazer desoneraçãode investimento, baixar o custo do crédito que ainda estámuito caro. O spread está altíssimo”, afirmouAubert. As exportações do setor em janeiro de2009 tiveram queda de 23,6% em comparação com o mesmomês de 2008. Os Estados Unidos, que em 2008 ocupavam a primeiracolocação entre os países que mais compravammáquinas e equipamentos brasileiros, foram desbancados pelaArgentina, que estava em segundo lugar na classificação.A queda das exportações para os Estados Unidos foi de35,8%.