Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O consumo de gás natural caiu22,27% entre dezembro e janeiro deste ano, com o mercado nacionaltendo consumido menos 10 milhões de metros cúbicos pordia. O motivo da queda foi a retração da atividadeindustrial, em conseqüência da crise econômicainternacional.De acordo com os dados da AssociaçãoBrasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado(Abegás), em janeiro deste ano foram consumidos em todo o paíspouco mais de 33 milhões de metros cúbicos diáriosdo combustível – volume que quando comparado com janeiro de2008 registra um recuo de 28,92%. Segundo a Abegás, desde 2004que o consumo de gás natural não era inferior aos 35milhões de metros cúbicos diários.Na avaliação daentidade, além de crise financeira, também os preçosdo insumo influenciaram de forma negativa no consumo. Para aassociação, o preço do gás apresenta umadistorção em relação ao demaiscombustíveis industriais. Ela chega a ser 40% superior ao doóleo combustível vendido no mercado nacional. “Assim, com o mercadodesestimulado, o consumo industrial caiu, refletindo a constantefalta de planejamento no fornecimento. As indústriasconsumiram apenas 18,7 milhões de metros cúbicosdiários no primeiro mês do ano, visto que a médiado ano anterior havia sido de 25 milhões de metros cúbicosdiários”, diz a nota da Abegás.A entidade também aponta comoconseqüência para a retração no preçodo gás, o período de férias e um menoracionamento das termelétricas, devido às constanteschuvas que mantiveram elevado o nível dos reservatóriosdas hidrelétricas.A Abegás informa ainda quehouve retração na demanda em todos os setores, com amaior queda t verificada no segmento de geraçãoelétrica, com menos 58,49% do que o consumido em dezembro doano passado – apenas 5,9 milhões de metros cúbicosdiários. O consumo do segmento residencial caiu 11,37%, o deco-geração - 4,16%, o gás natural veicular -12,13% e o gás consumido pelo comércio - 7,37%.A Região Sudeste continualiderando o consumo com 24,4 milhões de metros cúbicosdemandado por dia em janeiro, seguida pelas Regiões Nordeste,com 5,3 milhões de metros cúbicos/dia, e Sul, com 3,8milhões.O presidente da Abegás,Armando Laudorio criticou o que chamou de “falta de políticaenergética”, que leva o gás a perder competitividade“em todos os segmentos”, e defende a ampliação dosesforços em torno de um debate junto ao Ministério deMinas e Energia para que “a política de preço decusto dos energéticos seja tratada como política degoverno”.