Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O setor formal da economia brasileira continua sofrendo com a crisefinanceira internacional. De acordo com o Cadastro Geral de Empregadose Desempregados (Caged), processado pelo Ministério do Trabalho eEmprego, no último mês de janeiro 1.318.298 postos de trabalho comcarteira assinada foram fechados. Esse é o pior mês de janeiro desde1996. Ao mesmo tempo, o mês de janeiro de 2009 surpreendeu pelo volumede admitidos: 1.216.550, o segundo melhor número da série. Entre demitidos e admitidos, o Caged contabilizou saldo negativo de 101.748 postos de trabalho fechados – o pior janeiro da história, em termos absolutos. O número, no entanto, é 6,4 vezes menor do que o saldo negativo registrado em dezembro do ano passado (654.956 postos fechados). O volume de admissões entre dezembro e janeiro cresceu em quase 330 mil novos postos de trabalho.Adiminuição do ritmo de demissões e o aumento das contrações animouo ministro Carlos Luppi a anunciar que a economia “não caminha nacatástrofe anunciada” e que as demissões ficaram em patamar “bem menorque as previsões”. Para Luppi, “recomeça o aquecimento da contratação”.Nós últimos 12 meses, foram gerados 1.207.535 empregos (crescimento de3,94%).Carlos Luppi destacou que quatro setores da economia e oito estados tiveram balanços positivos em janeiro. A construção civil janeiro temsaldo de mais de 11 mil novos trabalhadores, o setor de serviçosaumentou em mais 2.452 empregados, a administração pública teve alta de2.234 postos e os chamados “serviços industrias de utilidade pública”(tais como telefonia, energia e saneamento) abriram 713 vagas a mais do quedesligamentos.O saldo positivo de empregos ficou nos estados deSanta Catarina, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul,Goiás, Paraná, Rondônia e Roraima. O motor do crescimento nessesestados, segundo o Caged, foi o cultivo de produtos de lavourapermanente. Por causa desse desempenho, as regiões Sul (10.797 novosempregos) e Centro-Oeste (7.086) tiveram saldo positivo.Em todoo país, o setor agrícola, no entanto, registrou menos 12 mil empregos.Mais da metade desses desligamentos foram em São Paulo, especialmenteno cultivo de frutas cítricas (baixa de 6.403 postos de trabalho). Ocultivo da cana-de-açúcar teve saldo de menos 1.871 postos, com maioresperdas em Pernambuco, São Paulo e Paraíba.A Região Sudeste (comsaldo negativo de 85.739 postos de trabalho), o Nordeste ( com menos 24.323) e oNorte (com menos 9.569 postos) tiveram desempenho reverso do Sul e Centro-Oeste.Os três estados mais desenvolvidos, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, concentraram 80% das demissões – só São Paulo representou 38% do universo de demissões formais. Entreos setores, a indústria de transformação (com menos 55.130 empregos) e o comércio(com menos 50.781) concentram as demissões. Entre os subsetores, os pioresresultados estão no comércio varejista (com menos 50.403), a metalurgia(com menos 12.028), a indústria de materiais de transporte (com menos 11.732) e aindústria alimentícia (com menos 8.794), além da agricultura já mencionada.