Industriais e produtores chegam a acordo sobre suspensão temporária de tarifa sobre trigo

18/02/2009 - 18h29

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de hoje pela manhã o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), o embaixador Sérgio Amaral, ter pedidoao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MiguelJorge, a retirada da tarifa de 10% sobre as importações de trigo depaíses de fora do Mercosul, no fim da tarde industriais e produtoresmostraram ter chegado a um consenso. Emreunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas deInverno, no Ministério da Agricultura, os dois lados concordaram que a Tarifa Externa Comum (TEC), de 10%, deveser mantida enquanto durarem os estoques no país, calculados em 3milhões de toneladas. Dessa forma, a tarifa, que é uma forma de proteçãodo produtor nacional contra os subsídios agrícolas praticados poroutros países, seria suspensa temporariamente quando os estoquesestivessem perto do fim.“A Abitrigo pede ao MDIC a isençãodessa TEC enquanto não houver estoque de trigo nacional”, afirmou oassessor de Relações Institucionais da Abitrigo, Reino Pecala Rae. Deacordo com seus cálculos, os estoques duram até o fim de abril, abrindo uma janela entre maio e agosto. É nesseperíodo que os industriais reivindicam o direito de poder importar deoutros países, além da Argentina, sem a tarifa.O presidente dacâmara temática e da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RioGrande do Sul, Rui Polidoro Pinto, disse que os produtores aceitam aisenção, mas com algumas condições. “É preciso estabelecer o volume aser importado sem tarifa, para que não concorra com o produtonacional.” Ele também explicou que, para isso, o produto exportado devechegar quando os estoques nacionais estiverem próximos do fim eterminar antes do início da colheita. O diretor do Departamentode Comercialização e de Abastecimento Agrícola e Pecuário do Ministérioda Agricultura, José Maria dos Anjos, classificou como positivo oacordo entre produtores e industriais. Ele também disse que no próximomês o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve votar as reivindicaçõesfeitas pelos triticultores na manhã de hoje ao ministro ReinholdStephanes.