Paula de Castro
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - Começouhoje (17), em Pequim, um encontro que reúne especialistas domundo inteiro para debater os impactos provocados na agriculturapelas mudanças climáticas, principalmente por fenômenoscomo enchentes e secas.Oprofessor Luiz Cláudio Costa, da Universidade Federal deViçosa e representante do Brasil no evento, afirma que asmudanças climáticas são fenômenos que jáafetam diretamente a vida das pessoas. Ele cita o caso dos incêndiosque vem ocorrendo na Austrália e que já deixaram 200mortos, segundo agências internacionais.Costaafirma que as mudanças climáticas podem tambémafetar a agricultura. “Vamos ter muita seca, excesso de chuva einfelizmente o que se espera para o Brasil e para outros paísesé uma queda de produtividade, diminuindo assim a oferta dealimentos”, diz ele.Oprofessor lembra que no Brasil as secas são as que mais afetamas plantações. Os pequenos agricultores podem ter perdatotal da produção pela falta de água e os quetêm irrigação artificial podem causar prejuízoambiental pela grande quantidade de água usada na atividade.Opesquisador da Embrapa Willians Marques Ferreira, da unidade de SeteLagoas (MG), explica que as mudanças climáticas vãoafetar os agricultores a longo prazo, porque o plantio que era feitoem um determinado período do ano vai se deslocar um pouco emfunção da disponibilidade da chuva. “As mudançasclimáticas já estão ocorrendo. A conseqüênciaem relação à cultura é gradativa. Nãoé uma coisa de uma hora para a outra”, ressalta opesquisador.O encontroem Pequim (China) termina na quinta-feira (19). O representante doBrasil espera que ao final dos debates sejam promovidas açõespara a adaptação às mudanças climáticase a redução das emissões de gases que causam oefeito estufa.