Petrobras admite atrasar execução de alguns projetos se fornecedores não reverem preços

12/02/2009 - 17h40

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras admite nãoexecutar projetos previstos e atrasar a realização deoutros se os preços não forem renegociados e adequadosà nova realidade econômica mundial, advinda da crisefinanceira que provocou a queda no preço do barril depetróleo.Admitiu hoje (12) o diretor deAbastecimento e Refino da empresa, Paulo Roberto Costa. Ele exemplificou a construção da Refinaria Abreu Lima (PE), onde a Petrobraspoderá cancelar pelo menos quatro contratos de fornecimento deequipamentos e materiais já licitados se os preços nãoforem renegociados pelos fornecedores.“As empresas já foramavisadas, tivemos várias reuniões em relaçãoa esse assunto. Nós estamos estressando ao máximo emrelação às licitações jáexistentes e eu acho difícil que venhamos a conseguir fecharpreços para essas licitações em valorescompatíveis com o que a Petrobras avalia. E se nãohouver acordo, estas quatro licitações vão sercanceladas e nós faremos uma nova licitação,possivelmente a partir do final de fevereiro ou início demarço”, afirmou.Costa disse ainda que a “Petrobrasnão vai fazer investimento a qualquer preço” e osempreendimentos que estejam distante da realidade orçamentáriada empresa não serão realizados. “A Petrobras nãopode fazer um investimento com valor que não seja compatívelcom a comunidade internacional”, admitiu.Paulo Roberto Costa informou que oConselho de Administração da companhia não sóentendeu o problema como orientou a direção da estatalda necessidade da prática de preços competitivos.A Refinaria Abreu Lima, que pode tercomo sócia a venezuelana PDVSA, está sendo construídaao custo de US$ 4 bilhões e terá capacidade pararefinar até 220 mil barris de petróleo por dia – 50%dos quais serão transformados em óleo diesel.A previsão é de que anova unidade entre em operação em 2011, tirando o paísda dependência externa do óleo diesel e caminhar para aexportação do produto – o que deverá acontecera partir de 2013, quando o Brasil poderá se tornarauto-suficiente também na produção do diesel.Costa lembrou que há umaorientação de governo para que mais de 80% dosempreendimentos de refino sejam realizados no Brasil e que aPetrobras quer que as empresas brasileiras tenham competitividade,sejam forte, mas que também apresentem preços adequadosà nova realidade econômica..