Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise internacional nãoafetou o ritmo de produção de 58,5% das indústriasfluminenses, revela pesquisa divulgada hoje (12) pela Federaçãodas Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O estudoentrevistou 178 indústrias do estado, que empregam 53.634trabalhadores. Cinco em cada dez entrevistados se disseram otimistasem relação ao crescimento da economia brasileira: 30,5%revelaram ter ampliado seus investimentos pensando no médioprazo e 32,6% pretendem investir mais recursos em 2009.De acordo com a pesquisa, aestabilidade ou queda do nível de estoques em relaçãoa 2008 (73% das respostas) pode explicar a manutençãodo ritmo de produção da indústria fluminense.Embora a crise tenha reduzido as vendas em 54,2% das empresaspesquisadas, 67,4% apostam em manutenção ou mesmoelevação do faturamento no primeiro trimestre desteano. Metade da amostra de indústrias sentiu desaceleraçãoda demanda em janeiro. Em contrapartida, 20% já apresentamdesempenho superior ao do ano passado, diz a pesquisa. A diretora de DesenvolvimentoEconômico da Firjan, Luciana de Sá, esclareceu que “ossetores que dependem mais de crédito para o seu desempenho ouos setores exportadores têm um impacto mais forte da crise emaior redução das vendas”. Das empresas que exportam,37% já diminuíram suas vendas externas por conta dacrise, com tendência de aumentar esse percentual. Um quarto dasindústrias, contudo, vislumbra oportunidades de expansão.
A principal razãopara o aumento do percentual de empresas que concedeu fériascoletivas (de 25% em 2008 para 35,4% em 2009) foi a sazonalidade dospedidos, comum nesta época do ano, explicada por 43,5% dasindústrias. “Não houve uma relaçãoentre crise e concessão de férias coletivas”,analisou Luciana de Sá. Segundo a diretora, o cancelamento depedidos e estoques elevados não determinaram as fériascoletivas.
A elevada cargatributária lidera as preocupações doempresariado (62,9% das respostas), seguida do custo do créditoe juros (38,2%). “A alta carga tributária permanece comoprincipal obstáculo ao desenvolvimento empresarial”. Emrelação ao emprego, o estudo aponta para uma tendênciade estabilidade ou aumento (68%), contra 25,8% de redução.