Campanha nacional vai promover a inclusão de pessoas com deficiência

12/02/2009 - 18h08

Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
Brasília - ASecretaria Especial de Direitos Humanos lançou hoje (12) acampanha publicitária nacional pela inclusão de pessoascom deficiência – Iguais na Diferença. O filmeda campanha se utiliza simultaneamente de três recursos deacessibilidade: áudio-descrição, legendas eLibras (Língua Brasileira de Sinais).A campanha serádisponibilizada a todas as redes de TV e cadeia de cinemas. Segundo oministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi,a campanha elevará o patamar das discussões sobre otema.De acordo com dados da Organização Mundialda Saúde (OMS), 10% da população mundial possuialgum tipo de deficiência. No Brasil o número émuito significativo, existem cerca de 25 milhões de pessoasque possuem algum tipo de deficiência. Para o ministro, osnúmeros evidenciam que não estamos falando de umaminoria e sim de uma maioria que merece ter acesso a todos os seusdireitos.Segundo a coordenadora nacional de Integraçãoda Pessoa com Deficiência, responsável pela campanha,Izabel Maior, o filme mostra um mundo um pouco adiante, uma sociedadeinclusiva, onde foram retiradas as barreiras construídasculturalmente.“A campanha usa legendas, libras eáudio-descrição, uma ferramenta nova. Quando seaperta a tecla SAP [Second Audio Program] da TV entra uma narrativa de fundo para que aspessoas cegas que estão acompanhando possam saber o queacontece. Ela tem tudo que a nossa legislaçãodetermina”, disse.Izabel Maior explica que as pessoas comdeficiência, cada vez mais, participam da vida de seu país,mas é necessário trabalhar com toda a sociedade, dosempresários para que ofertem mais empregos aos professorespara que estejam preparados para lidar com todos os tipos de alunos”,afirmou.Durante o lançamento da campanha, foirealizada a cerimônia de posse dos novos integrantes doConselho Nacional dos Direitos de Pessoa com Deficiência(Conade). O conselho é um órgão deliberativo ede natureza paritária, sendo 50% sociedade civil e 50%governo.Vannuchi afirmou que é por meio daparticipação da sociedade civil que muitas mudançassão feitas. “A agenda social do presidente Lula para esteano inclui a construção dezenas de oficinas de órtesee prótese, conjuntos habitacionais com acessibilidade,infra-estrutura e transporte adequado, educaçãoinclusiva e o trabalho da empregabilidade”, disse.Oministro destacou também vitórias recentes como aaprovação da convenção da ONU dosDireitos da Pessoa com Deficiência. “Agora todas as políticaspúblicas de saúde, educação e emprego,tem que levar em conta as definições da convençãoda ONU, equivale ao Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA). Levaremos ao Legislativo e faremos debates em cinco regiõesdo país para aperfeiçoar o marco do estatuto”,informou.O novo conselheiro do Conade e representante daFederação das Fraternidades Cristãs de Pessoascom Deficiência (FCD-Brasil), Celso Zoppi, de 53 anos, que édeficiente físico, conseqüência de um acidenteautomobilístico que sofreu há 30 anos, disse que oBrasil obteve avanços na área dos direitos das pessoascom deficiência nesses 30 anos, mas que ainda há muito oque fazer.“Delá pra cá houve avanços, mas os empresáriose as cidades não despertaram para a necessidade de inclusão.Faltam rampas, há dificuldade de acesso aos locais públicose a barreira da comunicação ainda não foisuperada. O Conade tem condições de ouvir osdeficientes, definir políticas e lutar efetivamente pelosnossos direitos. Muito o que foi conquistado deve-se à pressãodas entidades de deficientes”, afirmou.