Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Metalúrgicos da Volkswagen do Brasil interromperam hoje (11) por cerca de 20 minutos o trânsito nas quatro faixas derolamento da Rodovia Anchieta em manifestação organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) emfrente ao portão principal da empresa, na altura do km 23. A marchaintegra as atividades do Dia Nacional de Luta pelo Emprego e Salário.Pouco antes da passeata, no pátio lateralda montadora, líderes sindicais se revesaram em discurso emcima de um carro de som, criticando a classe empresarial de estar seaproveitando da crise para reduzir salários e cortar postos detrabalho.O presidente Nacional da CUT, Arthur Henrique,destacou que em 2008, cerca de 15 milhões de trabalhadores foram demitidos.“Nesse país é fácil demitir. O mercado éflexível e o custo da demissão já estáembutido no valor final do produto”, criticou o sindicalista.Fazendo uma retrospectiva sobre 2008, indicou queo país na gestão do presidente Luiz Inácio Lulada Silva apresentou um saldo positivo na geração deempregos com a contratação, no ano passado de 16,5milhões de trabalhadores. Para ele, são injustificadasas ameaças de dispensas. Entre as medidas que defende comosaída para contornar a crise financeira internacional estãoa concessão de mais linhas de financiamento a um custo menordo que vem sendo praticado, e a oferta de isençãotemporária de tributos às empresas em troca docompromisso de não ocorrerem demissões.Arthur Henrique considera que o exemplo poderiacomeçar com queda nas taxas de juros cobradas sobre osempréstimos concedidos nos bancos públicos. Além dessa manifestação, emSão Bernardo do Campo, a CUT realizou também um ato naPraça do Patriarca, região central da cidade de SãoPaulo.De acordo com a assessoria da Volkswagen, naunidade de São Bernardo do Campo, trabalham 11 mil pessoas e amaioria dos que atuam no turno da manhã na linha de montagemnão entraram para a jornada entre as 6h e às 8h. Aindasegundo a assessoria, não existe, oficialmente, nenhuma ameçade corte de pessoal na empresa. Apenas não foi renovado, emjaneiro, o contrato de 650 trabalhadores de um total 800 temporáriosda fábrica de Taubaté, na Vale do Paraíba. Os150 que ficaram foram contratados em caráter efetivo.