Sobra de gás no mercado leva Petrobras a reduzir importação da Bolívia

10/02/2009 - 15h36

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Depoisdo recorde de consumo registrado em outubro, quando a demanda diáriachegou a 37,8 milhões de metros cúbicos de gásdestinado ao segmento não-térmico (que exclui o gastodas termelétricas a gás natural), o consumo nacionalcaiu nos meses seguintes, devido à crise financeirainternacional. Com isso, a Petrobras reduziu de cerca de 30 milhõesde metros cúbicos por dia para cerca de 20 milhões aimportação do gás boliviano.Em novembro, o consumo nacional de gás parasegmentos como o industrial, o automotivo e o comercial ficou em 35,5milhões de metros cúbicos diários, caindo para29,3 milhões em dezembro e para 28,9 milhões de metroscúbicos por dia em janeiro.As informações foram dadas hoje (10)pela diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das GraçasFoster, ao anunciar investimentos de US$ 10,6 bilhões na áreaentre 2009 e 2013. Ela disse que, apesar da retração,já é possível captar agora em fevereiro umaumento da demanda, embora a média diária ainda estejaem torno de 30 milhões de metros cúbicos por dia.“O que está acontecendo agora nos últimosmeses é previsível e vai acontecer sempre: houvearrefecimento do consumo não-térmico, principalmente onão-industrial em razão da crise e da abundânciade chuvas”, afirmou Graça Foster. Segundo ela, a Petrobrasvem fazendo remanejamentos e segurando a produção noscampos onde o gás não é associado ao petróleo.Graça Foster disse que a demanda ficaránovamente aquecida a partir de abril, quando começa o chamadoperíodo seco, e a estatal volta a despachar gás naturalcom mais intensidade para atender as termelétricas. De acordocom a diretora da Petrobras, esse período vai aténovembro.“É sempre bom lembrar que o mercadobrasileiro de energia é um mercado hidrotérmico e queteremos de atender o termo de compromisso assumido com a Aneel[Agência Nacional de Energia Elétrica],que prevê exatamente um despacho maior para atender a geraçãotérmica a partir do gás natural”, explicou GraçaFoster. Ela disse que a Petrobras vem trabalhando com oobjetivo não só de fortalecer a liderança dacompanhia no mercado brasileiro de gás natural, mas tambémde conquistar cada vez mais espaço no mercado internacional ena ampliação do segmento de geraçãoenergia elétrica provenientes das usinas térmicas a gasnatural.“A meta é flexibilizar cada vez mais osegmento para que possamos agregar valor ao nosso produto e ganharmercado. Podemos até, em determinado momento, exportar gáscomo forma de obter retorno para os negócios com o produto”,afirmou.