Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Se nãohá consenso sobre os riscos da crise atingir o mercadofinanceiro, acadêmicos, empresários e sindicalistas seunem em coro para reclamar das dificuldades de se obter crédito eda necessidade do governo atuar com mais rigor sobre os bancos.ParaPaulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e EstudosEconômicos da Fiesp, “o governo deve obrigar, constranger edirecionar” para que os bancos diminuam a cobrança de taxasbancárias e façam empréstimos menos onerosos.Na avaliação de Francine, o instrumento para tal deveser a liberação dos depósitos compulsórios.“Os bancos terão acesso a medida que forem capazes depromover a expansão do crédito”. O “toma láda cá”, recomendado pelo diretor da Fiesp, sóaconteceria, portanto, se os bancos reduzissem o spread efavorecessem o crédito. “Existem induçõespossíveis que são mais efetivas e eficientes do quemeros pedidos clamando por generosidade”, disse.O governo pode ter meios de forçar mais osbancos a reduzirem suas taxas. “O maior cliente dos bancos éo governo”, lembra Joe Yoshino, professor da Faculdade de Economia, Administração eContabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP).Carlos AlbertoCordeiro da Silva, secretário-geral da ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro avaliou que jáhá condições para a redução. “Osbancos reclamavam de quatro coisas: compulsório e taxa Selicelevados, inadimplência alta e uma nova Lei de Falências”,lembra as antigas explicações para manter o spreadbancário oneroso.“Hoje a Lei de Falência foiaprovada e os bancos passaram a ter prioridade. O recolhimento docompulsório que chegou a ser 60% e atualmente é menos40%. A taxa selic, que chegou a ser 40%, está na casa dos12%”, fatores que, segundo ele, os bancos deveriam considerar para baixaras taxas.