Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Asregras da intermediação financeira, apontada como umadas principais causas da crise internacional, serão revistasno Brasil. A informação foi dada pelo novo diretor daComissão de Valores Mobiliários (CVM), Otavio Yazbek,que tomou posse hoje (6) no Rio. Ele disse que as estruturas deintermediação financeira são cada vez maiscomplexas e cada vez menos transparentes. A CVM é vinculada ao Ministério da Fazenda.SegundoYazbek, uma das questões que a CVM vai analisar éa necessidade de modernização da estrutura que tratadas corretoras e das distribuidoras de valores e de mercadorias. Para ele, como se trata de uma estrutura que surgiu na décadade 60, esta pode ser a hora de avaliar se o modelo éeficiente. Uma possibilidade seria englobar todos na mesmacategoria, criando regras conforme o tipo de acesso e controlesdiferentes de acordo com o tipo de atividade, explicou.Yazbek destacou que, noBrasil, a crise não provocou problemas graves nessa estrutura,que, para ele, reduz a transparência da cadeia de realizaçãode operações e dificulta a identificaçãodo cliente final. “Um novo modelo pode melhorar muito atransparência de todo o processo [de negociação]e a proteção dos investidores.” Com isso, oauto-regulador e o regulador estatal (CVM) poderão melhorar afiscalização, e o sistema se tornará maiseficiente, com a redução dos custos de transação.Ele acrescentou que modernizar aregulamentação das estruturas de intermediaçãofinanceira envolve também a figura do agente autônomo deinvestimento e dos clubes de investimento, que podem realizaroperações em nome de terceiros, além das regrasde custódia. O assunto já começou a serdiscutido no mercado. O debate deve ganhar forma este ano dentro da CVM,através da reforma das Instruções 409, que trata dosfundos de investimento; 434, sobre agentes autônomos; 40, sobre clubes deinvestimento; 89, sobre custódia; e 387, referente à relaçãoentre corretora e clientes.