Alta do IPCA de janeiro é significativa, mas não preocupa, avalia IBGE

06/02/2009 - 10h54

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A alta de0,48% verificada no Índice de Preços ao ConsumidorAmplo (IPCA) de janeiro, divulgado hoje (6) pelo Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE), representa um crescimentosignificativo. No entanto, o resultado não causa preocupação,embora tenha ficado 0,20 ponto percentual acima da taxa de dezembro,porque a aceleração foi puxada por elevaçõespontuais observadas apenas em alguns produtos. A avaliaçãoé da coordenadora de Índices do IBGE, Eulina dosSantos.

De acordocom o levantamento, as principais pressões foram exercidaspelos produtos alimentícios, que tiveram alta de 0,75%, depoisde subirem 0,36% no mês anterior; e pelos transportes (de-3,00% para 0,35%), puxados pelas altas em tarifas dos ônibusurbanos (3,24%) e dos intermunicipais (2,92%).

“Nãohá nenhuma indicação de aumento generalizado.Essa alta está localizada em dois grupos: os alimentos,principalmente hortifrutigranjeiros, como frutas e batatas, cujospreços flutuam muito; e os feijões, especialmente ocarioca, que teve alta por causa da estiagem no Paraná nosmeses finais do ano passado. Já os transportes pressionaram ainflação por causa dos reajustes das tarifas dos ônibusem seis regiões metropolitanas em janeiro. Esse é umitem muito importantes no orçamento das famílias”,explicou.

Ainda nogrupo transportes, a alta foi amenizada pelos preços deveículo próprio, que continuaram em queda (de –0,73%para –1,38%). Mais uma vez, os destaques foram os preços dosautomóveis novos, com queda mais intensa em janeiro (de –1,99%para – 3,15%) e dos usados, que passaram de –2,76% para –3,27%.

Jáos combustíveis reverteram o recuo verificado em dezembro(-0,04%) e fecharam janeiro com elevação de 0,53%.Subiram os preços da gasolina (de 0,09% para 0,42%) e doálcool (de –0,04% para 0,71%).

O grupohabitação também teve alta mais intensa (de0,28% para 0,49%), influenciado pela aceleração na taxados aluguéis residenciais (de 0,56% para 1,01%) e decondomínio (de -0,08% para 1,09%).

Osartigos de residência passaram de -0,04%, em dezembro, para0,45% em janeiro, influenciados, sobretudo, pelo resultado doseletrodomésticos (de 0,01% para 0,77%) e TV e Som (de -1,07%para 0,48%).

No gruposaúde e cuidados pessoais (de 0,32% para 0,55%), o destaquefoi a alta verificada nos preços dos remédios (de-0,11% para 0,61%). Já em despesas pessoais (de 0,59% para0,65%), a principal contribuição veio de recreação(de 0,21% para 0,59%) especialmente cinema (de 0,34% para 1,27%) ehotel (de 0,07% para 2,60%).

O grupovestuário foi o único a apresentar desaceleraçãode preços na passagem de um mês para o outro (de 0,99%para 0,05%).

Entre asregiões, o maior índice foi verificado em BeloHorizonte (1,12%), com a influência dos preços dosônibus urbanos, que tiveram alta de 9,00%, e dosintermunicipais, com elevação de 8,42%. Já omenor resultado foi observado em Recife (-0,17%), onde houve deflaçãoem alimentação e bebidas (-0,38%).

Paracalcular o IPCA de janeiro, foram coletados preços no períodoentre 30 de dezembro e 28 de janeiro e comparados aos vigentes entre27 de novembro e 29 de dezembro. O IPCA se refere às famíliascom rendimento monetário de um a 40 salários mínimos,qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiõesmetropolitanas do país, além do município deGoiânia e de Brasília.