Crescimento econômico da AL não resulta em aumento da renda, diz diretora da OIT

27/01/2009 - 17h25

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ocrescimento econômico da América Latina não temse refletido em aumento real do salário e da renda dostrabalhadores, afirmou hoje (27) a diretora da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo.

Deacordo com Laís, entre 2004 e 2008, a região apresentoucrescimento anual de 5,4% em média. Apesar disso, a taxa decrescimento da Remuneração Média Real (RMR) dotrabalhador ficou em 3,2% em 2008 e 3,7% em 2007. A taxa seria ainda menor se a Argentina, que tevecrescimento da RMR superior a 8%, fosse excluída da conta.Nesse caso, a Remuneração Média Real dostrabalhadores da América Latina teria crescido no ano passadoapenas 0,6%, mesmo num momento em que a média de crescimentoeconômico da região foi de 4,6%. Apesar de o aumento dos rendimentos dostrabalhadores no Brasil também não ter sido na mesmaproporção do crescimento econômico do país,os indicadores aqui apresentam resultados um pouco melhores que os doresto da América Latina. Segundo a OIT, o aumento do RMR noBrasil foi de 1,6% e o salário mínimo cresceu 3,2% em2008. Laís Abramo disse que a política defortalecimento do mínimo, que fez com que ele crescesse maisde 50% entre 2000 e 2008, “é importante para a reduçãodas desigualdades”. “A gente vê claramente que, quandoaumenta o mínimo, cai o Gini”. O Quociente Gini é uma medida usada empesquisas sobre desigualdade social. A classificaçãovai de 0 a 1, sendo que 0 representaria uma situação deabsoluta igualdade social. Atualmente, o índice no Brasil éde 0,528.