Turismo deve integrar projeto econômico forte e amplo no Nordeste, diz ministro

26/01/2009 - 8h32

Marco Antonio Soalheiro*
Enviado Especial
Delmiro Gouveia e Maceió(AL) - Um dos conceitosdifundidos pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos,Roberto Mangabeira Unger, em sua viagem a estados do Nordeste paradiscutir um novo plano de desenvolvimento regional, é o papela ser cumprido pela exploração da atividade turística.Segundo Unger, o fato de o turismo gerar receitas significativas nãopode servir para desmobilizar a construção dealternativas complementares e sólidas.“Não éuma crítica, mas uma coisa simples. O turismo pode ser umcomponente excelente num projeto ou uma calamidade. Ele seráextraordinário se for complemento de projeto econômico esocial forte, mas será uma calamidade se usado para substituiresse projeto”, alertou Unger.“Exemplos de muitospaíses do mundo mostram isso. Na ausência um projetoeconômico e social, [o turismo] desorganiza a economia ecria uma dependência de dinheiro transitório deatividades que não exercem efeito transformador ”,acrescentou o ministro.O governador deAlagoas, Teotônio Vilela disse a Unger que pretende evitar noestado uma exploração turística massiva edesordenada, nos moldes da ocorrida na região de PortoSeguro, na Bahia. Tal modelo, segundo ele, compromete o meio ambienteao apostar simplesmente na quantidade de turistas.“[Atrair]turistas de alto poder aquisitivo é o nosso foco”, resumiuVilela. “É um turismo sustentado, onde o meio ambiente épreservado e as comunidades existentes são integradas aoprojeto e não mera fornecedoras de mão-de-obra. Eleemprega mais, gera mais renda, preserva o meio ambiente a asqualidades locais.” Até amanhã,o ministro Unger terá passado pelos estados da Bahia, Alagoas,Pernambuco e Rio Grande do Norte, acompanhado de uma comitiva derepresentantes dos ministérios da Casa Civil, Agricultura, Desenvolvimento Social, Integração Nacional e Educação, do Instituto de Pesquisas EconômicasAplicadas (Ipea) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicoe Social (BNDES).Outros estados serãovisitados pelo grupo nas próximas semanas. Ao final roteiroserá formado um grupo executivo para elencar possíveisações concretas a serem implementadas por meio decolaboração entre o governo federal e os estados. Aproposta deve ser consolidada no Fórum de governadores doNordeste e posteriormente encaminhada ao presidente Luiz InácioLula da Silva.A iniciativa estáinserida no objetivo traçado pelo presidente Lula de encerraro seu mandato com um plano nacional de desenvolvimento a serimplementado até 2022. “No passado, esses projetos vinhamprontos de Brasília e o mais adequado é aproveitar aexperiência regional bem-sucedida. Fazer com que a sociedadenão seja mera receptora de propostas, mas protagonista. Seerrarmos, que seja com erros novo”, afirmou o presidente do Ipea,Márcio Pochmann.