Marina Silva propõe mudança positiva na organização da sociedade

26/01/2009 - 17h53

Amanda Cieglinski
Enviada Especial
Belém - Com um discurso emocionado que arrancou aplausos da platéia, a senadoraMarina Silva (PT-AC) participou hoje (26) da plenária Educação, Transgressão eConstrução da Cidadania Planetária, durante os debates do FórumMundial da Educação. A senadora falou sobre sua saída do Ministério doMeio Ambiente (MMA) e afirmou que é necessária uma mudança positiva nomodo de viver, pensar e de organizar da sociedade. “Às vezes agente é o arco que empurra a flecha  e às vezes a gente é a flecha queé empurrada. Eu no MMA [Ministério do Meio Ambiente] me senti muitas vezes como uma flechinha que éempurrada pela sociedade brasileira. Quando quiseram revogar as medidasdo plano de combate ao desmatamento, e eu pedi para sair, foi a sociedadebrasileira que se colocou na posição de arco e não permitiu a revogaçãodessas medidas”, afirmou. Marina disse que em alguns momentosfoi “ridicularizada como a ministra dos bagres”, durante o processo deconcessão da licença para o Rio Madeira. Mas que se sentia orgulhosa dotrabalho que resolveu os problemas ambientais da região.Asenadora defendeu uma solução imediata para crise ambiental que,segundo ela,  é muito mais grave do que a crise econômica. Diante de umpúblico de milhares de educadores, Marina defendeu um modelo deeducação não-pragmática e com divisão de responsabilidades. Emocionada,ela contou ao público que foi alfabetizada aos 16 anos, em um curso doantigo Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização). “Édiante da crise que somos obrigados a buscar novas saídas, respostas,alternativas. Na educação, temos que pensar também dessa forma. Vamosjuntar as melhores experiências para dar uma resposta à essa crise, umaproposta em co-autoria”, afirmou.A senadora disse que as escolasprecisam se atualizar diane da necessidade de se pensar um novomodelo de desenvolvimento social, ambiental e econômico. “Precisamosresignificar o nosso ensino. Há bem pouco tempo, os recursos naturaiseram tratados como infinitos. A  Amazônia era tratada como um desertoverde, sem que se falasse sobre os povos que moram lá, de suasculturas. Falava-se que nós éramos os países subdesenvolvidos,atrasados. Mas em relação a quê? A esse sistema financeiro que dásinais de colapso?”.Os debates do Fórum Mundial deEducação continuam até amanhã (27), quando começa a programaçãooficial do Fórum Social Mundial.