Líbia investe em infra-estrutura e habitação

26/01/2009 - 18h25

Cristiane Ribeiro
Enviada Especial
Trípoli (Líbia) - Nasruas da capital da Líbia, o contraste entre o velho e o novo chama aatenção e o grande número de carros circulando mostra que Trípoli játem o ritmo frenético das grandes cidades.Desde o fim das sançõesda Organização das Nações Unidas (ONU), em 2003, quando o presidente MuammarQadhafi se comprometeu a deixar de produzir armas de destruição emmassa, as portas para o mundo começaram a se abrir. Agora, o governo  líbio procura recuperar os prejuízos com um ambiciosoplano de desenvolvimento.Com 90% da economia girando em torno davenda de petróleo, o governo líbio investe prioritariamente em projetosde infra-estrutura e de habitação. Na capital, prédios altos estão sendoerguidos ao lado de construções antigas e mal conservadas. Ainda nesteano, o governo pretende iniciar a construção de um milhão de casas para a populaçãode baixa renda. Ainda em Trípoli, banhada pelo mar Mediterrâneo,e que concentra um quarto da população de todo o país (6,3 milhões), estão emandamento obras de construção de um anel viário para desafogar otrânsito e do novo aeroporto, que terá440 mil metros quadrados, quase duas vezes o tamanho do Aeroporto deGuarulhos, em São Paulo. O custo total destas duas obras é de US$ 1,850 bilhão.Para o turismo, o governo vai destinar US$ 7bilhões até 2010, acreditando no crescimento do setor a cada ano desdeo fim do embargo. A atração principal são as muralhas e a cidadeconstruída pelos romanos e que depois foi tomada pelos turcos. Asruínas de Sabratha, há 62 quilômetros de Trípoli, também são muitovisitadas.  Apesarda parcial abertura da economia, Qadhafi não esconde atos de quem governa com mão-de-ferro.Por toda a capital, há dezenas de outdors com sua foto e mensagens aopovo escritas apenas no idioma árabe, exaltando os seus 39 anos de poder. Hárestrições para tirar fotografias nas ruas. As placas de trânsito einscrições ou nomes de repartições públicas ou privadas também só estãoescritas em árabe. No aeroporto, também a maioria dos avisos e placassó podem ser lidas por quem conhece o alfabeto arábico.  Bebidaalcoólica não entra no país e há apenas um hipermercado em Trípoli. Oúnico de toda a Líbia. Alimentos e outras mercadorias são vendidas embancas ou mercados populares.Na comunicação, o sinal de TV a cabojá chega no país, os celulares estão por toda a parte, mas a internetainda não é para todos. Computadores ainda tem preços altos e não há lan houses para consulta pública pela cidade.