Censo das Cidades Digitais Brasileiras começa a se tornar realidade em março

26/01/2009 - 16h20

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O1º Censo das Cidades Digitais Brasileiras começará a setornar realidade no início de março, quando terá sua arquitetura montada, e os resultados deverãoser divulgados até dezembro. Lançada em agosto do anopassado pelo portal Guia das Cidades Digitais, a iniciativa está na fase de captação de recursos. As informações foramdadas hoje (26) pelo diretor do site, Carlos Calazans. Segundoele, a pesquisa nos municípios deverá ser feita por umafundação independente e a entidade executora do estudo será definida pelo conselho consultivo do censo, quese reunirá em Brasília para traçar as diretrizese critérios do trabalho. "O censo émuito importante. Se pretendemos ter uma políticapública para inclusão digital com participação dasprefeituras, é preciso conhecer as diferentes realidadesbrasileiras”, disse o presidente do Serviço Federal deProcessamento de Dados (Serpro), Marcos Mazoni. Uma soluçãopara as capitais da Região Sul pode não servir para o centro do país ou para o interior, observou. Com o censo, será possível ter uma visão ampla sobre os municípiosdigitais e o que as populações mais querem de tal tipode serviço. “Isso é muito importante nessa montagemde políticas”, disse Mazoni.Ele disse que há muitas iniciativas nos setores público e privado para aumentaro acesso digital nas cidades, mas ressaltou que é preciso conhecer bem as medidas já adotadas para que tanto todos os investimentos no setor sejam bemaproveitados. A conclusão do censo esteano permitirá que até o final de 2010 se tenha um novoperfil da sociedade brasileira, disse ele.Para o presidente daAssociação Brasileira de Entidades Municipais deTecnologia da Informação e Comunicação,André Kulczynski, a conectividade em banda larga é abase de tudo que existe em inclusão digital. Kulczynskilamenta, no entanto, que o conceito de cidades digitais nãotenha sustentabilidade política, não façaparte da agenda da maioria dos prefeitos. ”Noconceito de política pública, ainda não existefoco na questão do uso da tecnologia para fazer inclusãodigital, para fazer integração das redes e estruturaspúblicas.”Kulczynski lembrou que são insuficientes os dados que permitam estabelecer umranking da capacidade de oferta de banda larga. Daí vema importância de reunir em apenas um documento,não-governamental, dados estatísticos e informaçõessobre as cidades digitais, acrescentou. A meta é saber quantoo Brasil andou nessa área, como os municípios entendemo processo, quais as tecnologias oferecidas para suportar oconceito da universalização da internet comobase para qualquer outra forma de comunicação entre asestruturas públicas e não públicas, destacou.Para Kulczynski, o censopoderá agilizar o processo de modernização dagestão pública e atender de forma eficiente aspopulações. O trabalho facilitará o diagnósticopor região e estados e fornecerá elementos paraidentificação de ações a serempromovidas. Além dospresidentes do Serpro e da Associação Brasileira deEntidades Municipais de Tecnologia da Informação eComunicação, integram o conselho consultivo do censo oassessor especial da Presidência da República AndréBarbosa Filho, a professora Maria Helena Cautiero Jardim, daUniversidade Federal do Rio de Janeiro e coordenadora do projetoPiraí Digital, além de fornecedores de tecnologia, erepresentantes de  ministérios e empresas do setor.