Vendas recordes ao exterior colocam o Rio entre os três maiores exportadores do país

25/01/2009 - 11h53

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As exportações fluminenses, que acumularam no ano passado US$ 18,7 bilhões, influenciadas principalmente pelas vendas recordes de petróleo (US$ 12,5 bilhões), levaram o Rio de Janeiro a atingir a 3ª posição entre os estados maiores exportadores do país.

O fato ocorre pela primeira vez desde o início da série histórica, em 1991, disse à Agência Brasil o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do estado  (Firjan), Patrick Carvalho.

“O Rio de Janeiro veio paulatinamente ganhando espaço ao longo dos anos. Para se ter uma idéia, em 2000,  ele ocupava a 9ª posição. Em 2007,  chegou à 4ª posição e, em 2008,  alcançou a 3ª colocação, pela primeira vez”, disse. O estado suplantou o Rio Grande do Sul em valor embarcado, ficando atrás somente de São Paulo e de Minas Gerais. A participação nas vendas externas nacionais também foi recorde, com 9,5%.

O economista informou que o salto registrado pelas exportações fluminenses em 2008, com expansão de 30,7% sobre o ano anterior, decorreu também da diversificação  dos países compradores.

Já a análise de dezembro do ano passado revela que o petróleo foi o vilão das exportações do Rio, por conta da queda dos preços das commodities (produtos minerais e agrícolas comercializados no mercado internacional). As vendas do estado totalizaram em dezembro US$ 1,3 bilhão, ficando 23,4% abaixo do resultado obtido em dezembro de 2007.

Patrick Carvalho não faz nenhuma estimativa para o comportamento das vendas externas do estado em janeiro de 2009. Ele não crê que poderá haver recuperação nos preços do petróleo no mercado externo. “No curto prazo, não acredito numa recuperação substancial do petróleo, dada a conjuntura econômica internacional”. Ele admitiu, entretanto, que existe essa possibilidade.  “Uma vez que haja a retomada do crescimento  mundial, isso impactará, sim, no preço do petróleo. A grande questão que se põe é com relação à incerteza sobre a crise internacional”.Carvalho destacou que o Rio de Janeiro “não é refém do petróleo”. O estado tem outros produtos e capacidade de expandir ainda mais sua entrada em países consumidores, assinalou.