Juliana Cézar Nunes e Lourival Macedo
Da Rádio Nacional Amazônica
Belém - Os indígenas presentes no Fórum Social Mundial indicaram umrepresentante na comissão de cinco lideranças que deve se reunir esta semana,em Belém, com os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, daVenezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, do Equador, Rafael Correa, e do Paraguai, Fernando Lugo. A informação é do líder indígena peruano Wilwer Zilca, representante da Coordenação Andina deOrganizações Indígenas (Caoi). De acordo com a organização do fórum, ainda não está previsto um encontro dos representantes dos movimentos sociais com todos os presidentes. Até o momento, existe apenas uma reunião agendada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 29, às 19h.Os indígenas já indicaram como representante Blanca Chancosa,coordenadora da Escola de Mulheres Dolores Cacuondo. De acordo com Wilwer Zilca, os índios pedirão respeito aos presidentes. “Queremos nos reunir para dizer que os presidente não podemcontinuar entregando nossas terras para mineradoras e petroleiras e nossosbosques para o cultivo de agrocombustíveis. Quando os Estados retiram nossasterras, somos obrigados a nos colocar contra [eles] e, quando nos defendemos, os Estados começam a nos criminalizar, nos chamar de terroristas. Não vamos aceitar isso”, disse Wilwer. Cerca de mil indígenas, do Brasil e de países da chamadapan-amazônica, estão em Belém para participar do Fórum Social Mundial, que começa na terça-feira (27). Elesestão alojados e cinco escolas da Universidade Federal Rural do Pará. No primeiro dia do fórum, eles vão fazer um ato no campo de futebol da universidade noqual pretendem formar uma “faixa humana” com a inscrição “Salve a Amazônia”.De acordo com a líder indígena Ticuna (do Alto Solimões)Josiane Otaviano Guilherme o objetivo da manifestação é chamar a atenção domundo para o direito indígena, principalmente sobre o direito a terra, comoforma de preservação da Amazônia. “ Nos somos os verdadeiros guardiões daAmazônia e precisamos ser respeitados”, considerou.Do Brasil, são esperados no encontro, cerca de três milindígenas e das comunidades internacionais, devem participar cerca de 270lideranças.