Cantar é terapia complementar para pacientes de Alzheimer em Brasília

25/01/2009 - 16h39

Da Agência Brasil

Brasília - O estímulo ao canto temtrazido bons resultados para pacientes de Alzheimer em tratamento no Hospital Universitáriode Brasília (HUB). Criado em 2005, o coral da unidade funciona comoterapia complementar para os portadores da doença. Deacordo com o idealizador da proposta e presidente da AssociaçãoMundial de Gerontologia e Geriatria, Renato Maia, a iniciativa tentarecuperar a memória, a alegria e o bem-estar dos pacientes. “Nãonos foi possível ainda comprovar isso através de testescientíficos, mas familiares tem notado que os casos depacientes que freqüentam o coral tem ficado mais estáveis,eles estão muito mais alegres e comparecem ao centro com maisdisposição que antes”, disse.Para Maia, os encontrosdo coral são animados. O grupo, que conta com quase 30pessoas, tem no repertório sambas, marchinhas de carnaval emúsicas folclóricas. “Asmúsicas escolhidas são geralmente fáceis e dopassado. São aquelas que os pacientes tiveram maisoportunidade de ouvir e que tem maior possibilidade de recordar.”Alémdos pacientes, os familiares são convidados a participar docoral. Segundo Maia, a integração entre parentes eportadores da doença é muito importante, pois melhora aqualidade de vida deles.“Muitospacientes com Alzheimer sequer conseguem cantar a letra da músicacorretamente. O familiar é quem auxilia e incentiva e essaforma de terapia visa também a contribuir para o bem-estar dofamiliar, que sofre muito com a pessoa que tem a doença”,afirmou.Osensaios do coral ocorrem todas as terças-feiras, pela manhã,no corredor do primeiro andar do ambulatório do HUB. Alémdos encontros regulares no hospital, o grupo também fazapresentações em diversos locais de Brasília. Já se apresentaram no Setor Comercial Sul, naUniversidade de Brasília e em um shopping da cidade.“A primeira apresentaçãoque o coral fez foi num evento em que se comemorava os cem anos dadescrição da doença de Alzheimer. Houve grande emoção.Vários médicos e vários profissionais chegaram achorar ao ver pacientes cantando, muito alegres, rindo”, disse.Segundo ele, a terapiacomplementar não visa apenas descobrir a cura da doença,controlar a agressividade e melhorar a memória dos pacientes,mas também fazer com que os pacientes reencontrem a alegria deviver. De acordo com aAssociação Brasileirade Alzheimer (ABRAz), o mal de Alzheimer é uma doençadegenerativa do cérebro, que atinge, atualmente, entre 17 e 25milhões de pessoas em todo o mundo. Esquecimento e confusãomental são os principais sintomas da doença. A causaainda é desconhecida e não há cura. Entretanto,já existem drogas que atuam no cérebro tentandobloquear a evolução da doença.