Pesquisadores discutem na França programa de alimentação escolar brasileiro

17/01/2009 - 9h24

Da Agência Brasil

Brasília - O Programa Nacional de AlimentaçãoEscolar, que está sendo discutido no CongressoNacional, foi um dos temas mais discutidos no ColóquioJosué de Castro no Século XXI, realizadona França pela Universidade Paris 8.Segundo o presidente do Conselho Nacional de SegurançaAlimentar e Nutricional (Consea), Renato Maluf, que participou doevento, os pesquisadores estrangeiros mostraram muitointeresse no programa brasileiro. “Eles ficaram bem impressionadoscom o significado e a amplitude do programa de alimentaçãoescolar do Brasil.”Segundo Maluf, o Projeto de Lei 2877/08, elaboradopelo governo federal e pelo Consea, traz novidades que vãomelhorar a alimentação de milhões de criançasnas escolas brasileiras. Maluf disse à Agência Brasilque hoje (17), quando termina o colóquio, um documento deapoio ao projeto de lei será assinado pelos participantes doencontro. “Na sessão de conclusões, deverá ser aprovada uma moçãoem que os participantes do congresso manifestam seu apoio aoprograma, à sua ampliação e ao conteúdodo projeto de lei”, detalhou Maluf.O evento, que começou quinta-feira (15),reúne na capital francesa pesquisadores, intelectuais, autoridades e estudantesbrasileiros e franceses, para discutir a obra de Josué deCastro. Médico, geógrafo, professor, cientista eescritor, o pernambucano Josué de Castro é autor doslivros Geografia da Fome, de 1946, referência naabordagem do fenômeno no Brasil, e Geopolítica da Fome, de 1951, em trata do tema no mundo, dividindo sua análise nos seguintes continentes: América, Ásia, África e Europa.. De acordo com o site doprograma Fome Zero, Castro sustentava que a fome não era umproblema natural, como se afirmava na época, isto é,não dependia, nem era resultado dos fatos da natureza e sim fruto de ações dos homens, desuas opções, da condução econômicaque davam a seus paises. No ano passado, comemorou-se ocentenário de nascimento de Josué de Castro, que foitambém deputado federal por Pernambuco e teve os direitospolíticos cassados pelo regime militar. Exilou-se na França,onde morreu em 1973. Castro foi ainda presidente do Conselho da FAO,o programa das Nações Unidas para Agricultura eAlimentação, e recebeu indicações para oPrêmio Nobel da Paz.“Os debates aqui [em Paris] são depessoas apresentando trabalhos que dialogam com a obra de Josuéde Castro, do ponto de vista econômico, social, cultural,ambiental, inclusive, artístico. Então, a riqueza doautor favorece muito a riqueza dos debates”, concluiu Maluf.