Aeroportos brasileiros registram quase oito incidentes com aves por mês

16/01/2009 - 12h02

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Os três maiores aeroportos brasileiros registram quase oito incidentes entre aviões e aves a cada mês. O Aeroporto Internacional AntônioCarlos Jobim, no Rio de Janeiro, lidera a lista de aeronaves que se chocam compássaros. Em 2008, foram 50 registros. Aparecem, em seguida, os Aeroportos Internacionais de Guarulhos, com 25, e deCongonhas, com 16, ambos em São Paulo. Os dados são do Centro de Investigação e Prevençãode Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).De acordo com o diretortécnico do Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias,Ronaldo Jenkins, incidentes com aves aumentam a cada ano devido,principalmente, ao crescimento do tráfego aéreo e aodesmatamento, que gera um deslocamento das aves para áreas commaior fluxo de ar, como os aeroportos. Os lixões e a ocupaçãoirregular também são empecilhos para a segurança.Esse foi o motivo peloqual o piloto da aeronave da US Airways, com 155 pessoas a bordo, teveque fazer um pouso de emergência nas águas geladas do rioHudson, em Manhattan, Nova York, ontem (15). Urubus teriam se chocado com as turbinas.“Infelizmente, osaeroportos se tornam atrativos para as aves. Por outro lado, háa ocupação irregular do solo nas imediaçõesdos aeroportos, embora exista uma legislação, resoluçãoConama nº 4, que trata da restrição de ocupaçãode área no entorno dos aeroportos e que criou a área desegurança aeroportuária. Apesar disso, ainda temoslixões, matadouros, curtume, vazadouros de lixo, atividadesque atraem aves, explica Ronaldo Jenkins.Para tentar diminuir onúmero de acidentes aéreos foi formada a Comissãodo Perigo Aviário, que é uma entidade do Centro deInvestigação e Prevenção de AcidentesAeronáuticos (Cenipa), da qual fazem parte órgãosgovernamentais, como Ibama e Infraero e também empresasaéreas. Ronaldo Jenkins informou que os registros deincidentes são encaminhados para a Comissão, mas aindaé limitada a redução de impactos com aves.