Fiesp aponta redução de jornada e de salário como única forma de evitar demissões

14/01/2009 - 15h29

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente da Federação dasIndústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf,afirmou hoje (14) que a redução da jornada de trabalho e do salário é a única forma de evitar demissõesnesse período de crise econômica global. Segundo ele, essa é a posição de todo o Conselho Superior Estratégico da Fiesp, que se reuniu hoje, em São Paulo, para discutir os efeitos da crise no mercado de trabalho da indústria. “Isso estána lei, já existe essa previsão de reduzir jornada esalário. Nós pusemos um ingrediente novo oferecendocursos profissionalizantes gratuitos no tempo ocioso dostrabalhadores para que eles possam aproveitar esse tempo para seaprimorar.” Estiveram presentes na reunião cerca de 30 empresários das maiores empresas do país.Skaf ressaltou que, com isso, os empresáriosestão conscientizando a sociedade de que o país vive ummomento atípico, especial, que exige coragem para tomariniciativas e usar instrumentos que a lei já prevê.“Nesse sentido, já houve essa comunicação aossindicatos patronais e dos trabalhadores e às empresas paraque busquem entendimento. O último recurso é demissão.Ninguém quer demitir.” Ele explicou que os acordos para garantirestabilidade devem ser feitos entre as empresas e os sindicatos.“Claro que, por um tempo determinado em que vá haver reduçãode jornada e salário, nesse período em que se fizer oacordo, haverá preocupação com a manutençãodo emprego. A preocupação é a de que o empregoseja mantido”. Skaf afirmou que a intenção éminimizar o problema das demissões, que já vêmocorrendo. “Queremos dar uma saída às empresas paraevitar as demissões. Ninguém quer um chefe de famíliasem trabalho.”Após a reunião, Skaf disse também que quer ver a lista de empresas beneficiadas pelogoverno com recursos públicos, referindo-se a uma afirmaçãodo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, segundo a qual ogoverno teria feito sua parte para ajudar as empresas que, noentanto, não estariam cumprindo a promessa de garantir osempregos dos funcionários. Skaf destacou que o Imposto sobre ProdutosIndustrializados (IPI), reduzido pelo governo para incentivar acompra de veículos novos, incide diretamente no preçopago pelo consumidor, e não na carga tributária pagapelas empresas. “A inciativa do governo de reduzir uma partedesses impostos que são pagos por todo o setor, e considerandoque imediatamente essa redução passe para o setor, nãose enquadra em uma situação de empresas usando recursosdo governo”, ressaltou.